Uma Relação Mãe Filha

Uma Relação Mãe Filha

Quando chega o dia das mães,embora todos os dias o sejam ,sinto com pujança mais saudades ainda!

Perdi a.

Fico saudosista mas relembro,alegre os detalhes da criança,da mocinha,da jovem e da adulta às voltas com sua mãe.

Lembro de seus belos olhos azuis,seu cativante sorriso e a basta cabeleira perfumada.Para dormir ,quando criança,eu só o fazia se ela me deixasse ficar cheirando seus cabelos.

Lembro ainda da infância no dia em que meu pai se desentendeu com ela, um desentendimento comum como sempre ocorre com os casais.,e que eu saí correndo de casa para chamar o Jacaré.Morávamos em frente a uma delegacia de polícia e o Jacaré,seu apelido,era um dos policiais que ,quando tinha tempo livre, brincava comigo de cavalinho.Ficamos amigos,era boa gente, e eu fui buscar o Jacaré ,não para prender meu pai,mas para que ele,Jacaré, casasse com minha mãe.Tinha 3 anos na ocasião.Pedia a ele ,em frente dela, estarrecida,quando meu pai já tinha ido para o hospital:-Casa com a minha mãe Jacaré!

Os dois se envergonharam,é claro,mas riram muito.

Quando adolescente lembro da preocupação e delicadeza dela para escolher quem buscar para fazer meu vestido de debutante ,e depois do debut, de sua azafama em preparar minha festa de 15 anos em um clube conhecido da cidade O Juvenil.

O mesmo cuidado primoroso dela ao preparar meu enxoval e minha festa de casamento,isto eu já adulta.

Como avó cuidou lindamente de meu filho Pedro Heemann Mota,me ajudando sempre em toda sua criação,levando para passear,brincando com ele e ao mesmo tempo ensinando,tudo, sempre com muito cuidado.

Lembro de seu desgosto quando meu casamento não deu certo mas,mesmo assim ,se consolava e consolava toda a família.Redobraram seus cuidados para o Pedro Heemann Mota,o neto, após o fato.

Já profissional e mulher madura,ainda assim me telefonava diáriamente para com versar sobre as notícias,a política,as crônicas que havia lido.Estas conversas que tínhamos se perpetuaram até sua morte,quando eu,sozinha, durante vinte anos,cuidei da asma que acabou com ela.

Foi fonte para mim de inspiração pois amava os poetas e lia muito filosofia e poesia.

Aliás,um fato marcante se deu quando eu já estava crescida e ela se formou com louvor em Filosofia e teve ofertas de bolsas de estudo para o exterior ,bem como de lecionar na Faculdade e em colégios particulares.Lembro dos seus belos olhos de onde caíam lágrimas quando meu pai lhe disse que ela não ia trabalhar,porque era uma mulher muito bonita e os homens” iam dar em cima dela”,que escolhesse ou ele e as crianças ou o trabalho. Optou,mulher afetiva que era, pois já estávamos crescidos, pela família…Chorou muito este dia,chorava escondido para que não víssemos.

Irônico foi que o mesmo fato ocorreu comigo,tinha um a carreira brilhante que foi decepada por um fato gravíssimo ,ao qual não quero me referir,mas em que sou totalmente inocente.

Desentendimentos entre mãe e filha tivemos,mas não passava de um dia,no máximo.

Pergunto me :-Onde está ela agora?E sorrio,fantasiando que está tomando uma caipirinha com os anjos e falando ,trocando,poesias e filosofia e política com eles.

Sorte a dela! Azar o meu de ter perdido esta grande companheira e passar solitária o dia das mães....

Suzana da Cunha Heemann
Enviado por Suzana da Cunha Heemann em 07/05/2011
Reeditado em 07/05/2011
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