TRAUMAS: RUIM COM ELES; IMPOSSÍVEL SEM ELES.

Oi gente, olha eu aqui de novo dando uma de analista sentimental… é aquela velha história: quem não sabe fazer, ensina. Então nos últimos dias tenho observado algumas histórias que me fizeram pensar muito em relacionamentos e o que tiramos deles.

É mais ou menos assim: a gente curte alguém, conquista essa pessoa, se apaixona (não necessariamente nesta ordem), vive muitos momentos, bons e maus, e no fim botamos tudo numa balança grande, forte e resistente pra enfim decidir: o sentimento fica, por pesarem mais as coisas boas? Ou o sentimento vai, por pesarem mais as coisas ruins?

Amar não é tarefa fácil, isso já é um clichê que habita toda e qualquer crônica que fale de paixões, amores e dor-de-cotovelo. Pensando nisto e no fato de que na conquista, a ordem dos acontecimentos não interfere no resultado depois do fim (desastre e tragédia, geralmente), resolvi escrever tudo direitinho pra eu nunca mais esquecer!

Tudo o que sucede na vida de alguém trás conseqüências. Qualquer atitude, sentimento, tentativa... não importa. A gente nunca sai ileso dessa vida louca, e não adianta brigar com isso!

Será então que se apaixonar vale mesmo a pena? Carregar os traumas de alguns pontos finais... levar memórias de coisas que, de alguma forma, não tiveram o fim esperado... traumas que nos perseguem... traumas que não nos deixam em paz... traumas reticentes e fatais. Acredito que é mais ou menos como disse Caio Fernando Abreu: “a gente morre um pouco em cada poço.”

A cada história mal contada, a cada beijo esperado, a cada encontro sem sentido, a cada história sem sentimento... a gente perde tempo demais com coisas que não estão dando certo. E quando, enfim, chega o que pode ser certo pra você, já existem tantos traumas na sua vida que você nem sabe mais se ainda tem capacidade de amar alguém; de se entregar de verdade, sem medo de arriscar e tirar os pés do chão. Será que tem algum espaço pra mais um trauma aí dentro de você?

Como fugir disso então? É possível? Não. Não existe forma de fugir. Os traumas acontecem de qualquer forma, pra todos nós. Na verdade nós vivemos numa constante e intensa busca pela felicidade, mas somos humanos e humanos erram; inclusive nas escolhas.

O que precisamos fazer então é aprender a conviver com os traumas, porque eles, de uma forma ou de outra, compõem nossa personalidade, e muitas vezes sustentam o edifício inteiro. Martha Medeiros já disse algo parecido, se não me engano.

É impossível viver sem traumas, porque eles advêm de nossas tentativas de encontrar a felicidade. Se você consegue viver uma vida inteira sem se arriscar nesta tentativa, parabéns! Esta é a formula. Mas eu não consigo... e nunca conheci alguém que conseguisse viver sem desejar, de corpo e alma, suspirar por algo que valha realmente a pena... e os traumas.

Não jogue seus traumas fora! Eles te ensinam muita coisa. Você não deve é deixar que eles sequem a sua capacidade de amar. Quanto ao resto... um dia a gente esquece. Você só vai saber se vale a pena quando realmente experimentar.

Anja do tempo
Enviado por Anja do tempo em 13/05/2011
Código do texto: T2967707
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