MORRENDO E APRENDENDO

Assistir a bons filmes além de ser muito prazeroso, tem sido uma fonte de inspiração para escrever alguns textos.

Nestes dias tive a oportunidade de assistir a um filme, que um amigo já tinha me recomendado há alguns anos e mesmo o tendo em DVD, passaram-se anos e não o tinha assistido e neste fim de semana em uma daquelas mudanças à toa de canal, deparei-me com esse filme.

“Morrendo e aprendendo” conta a história de quatro pessoas, que tem suas vidas interrompidas em um acidente de ônibus.

Os quatro antes de morrerem estavam prestes a tomar atitudes que afetariam o rumo de suas vidas.

Mas nenhum dos quatro consegue fazer em vida a missão que estavam obstinados a cumprir.

Eles morrem, mas seus espíritos ficam, por algum motivo, preso a um garoto que nasce na mesma hora em que ocorre o acidente.

Por anos eles acompanham o garoto, mas não entendem o motivo de ainda estarem ligado a esse plano, e tornam-se amigos e companheiros do menino.

Após mais de vinte anos, um ônibus vem buscá-los para irem, enfim embora, e eles indagam ao motorista o porquê só depois de tantos anos, eles iriam partir e o motorista do ônibus explica que eles ficaram para poder terminar o que cada um iria fazer antes do acidente e o garoto, agora um rapaz, seria o instrumento deles para isso.

O motorista, contrariando as ordens, permite que cada um fique mais um pouco na terra para cumprir a sua missão.

Procurei assistir ao filme abstendo-me de qualquer preceito religioso, até para não me influenciar.

Procurei apenas ver a mensagem do filme sobre as oportunidades que não devemos deixar passar em nossas vidas.

Não falo apenas das grandes oportunidades, mas também das pequenas oportunidades, das coisas simples, de pequenas mudanças de atitudes.

Aos personagens dos filmes, foi dada uma nova chance, em um breve espaço de tempo, para que pudessem concluir o que precisava ser feito, para enfim puderem descansar em paz.

Temos a impressão que somos imortais ou que temos uma longa vida pela frente e isso é que todos almejamos, mas nessa viagem em que estamos, ninguém sabe a duração dela e até que ponto nós iremos.

Por isso, porque deixar para amanhã dizer a pessoas que nos são importantes o quanto as amamos, dar aquele telefonema, mandar aquele email que sempre teimamos em deixar para depois.

Porque deixar para amanhã aquele passeio, usar aquele jogo de prato há muito guardado para uma ocasião especial e que ocasião melhor que celebrar o presente?

Porque deixar para amanhã aquela caminhada, aquele passeio, aquele abraço que tanto queremos dar em alguém e sempre adiamos por algum motivo?

Porque deixar para depois aquela reconciliação, aquele pedido de desculpas ou então perdoar aquele que nos ofendeu?

Para que deixarmos para amanhã para vivermos?

Que não precisemos morrer para aprendermos, até porque ao contrário do filme, o ônibus da nossa última viagem não espera.

FMBARBOSA
Enviado por FMBARBOSA em 17/05/2011
Código do texto: T2976427
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