CARA DE PAU

A suspeita sempre persegue a consciência culpada;

O ladrão vê em cada sombra um policial

(William Shakespeare)

Me lembro da passagem policial mais hilária que conheço:

Aconteceu no interior do Brasil. Em pleno carnaval, a paisana, um certo capitão da polícia militar, cismou de abrir um bar... só sabiam disso ele, o amigo que tomaria de conta desse bar e os dois agentes policiais que trabalhariam junto com ele.

Ele fazia o seguinte: comprava uma porrada daquela velha droga carnavalesca mais usual, o conhecidíssimo cheirinho da loló, vendia no próprio bar por um preço “chis”, o folião comprava... Só que, ao sair do bar, o “garçom” apontava o folião e um dos agentes ia lá e tomava o loló do cara. O loló retornava pro estoque e novamente acontecia o mesmo ciclo. O Folião voltava, dizia que a “polícia” havia tomado a sua droga e comprava novamente o mesmo loló, que por sinal, era novamente tomado. Isso rolava nos dois primeiros dias em que o capitão estava de serviço naquela cidade. Pois, nos dois últimos dias, ele reunia toda a droga, tanto a que comprou como "capital de giro", quanto a que a polícia realmente tomou no carnaval, levava tudo para outra cidade do interior aonde ia se divertir, e lá vendia tudo. Palmas pro capitão! O cara conseguiu ser um mega empreendedor do tráfico de causar inveja ao Beira-Mar ou a qualquer traficante com doutorado na universidade da Rocinha ou Complexo do Alemão. Um tremendo cara de pau!

A grande dúvida é: será que eu escrevi certo? “Chis” se escreve mesmo com “CH” ou “xis” se escreve com “X”? Pergunta pro capitão...