Eis a Questão 


To be or not to be that’s the question. Esse antigo bordão shakespeareano, conhecido no mundo todo, pela fala do príncipe dinamarquês, na língua do bardo ou na última flor do Lácio resume sempre uma situação ambígua e duvidosa: ser ou não ser, que sem dúvida é uma dúvida existencial. E agora vem a MLP, versada na língua do bardo e do Caolho lançar um novo bordão: Vejo ou não vejo, que tem me deixado tonta e de olho virado. Ver ou não ver o que? A Revista Veja, , que hoje optei por não ver porque o tempo é escasso e não posso desperdiçar meus olhares já que há  tanta coisa mais necessitada para ser vista. Ou o que tem do outro lado da porta: vejo ou não vejo pelo buraco da fechadura? Vejo ou não vejo a carta que encontrei aberta, mas não foi a mim dirigida? Vejo ou não vejo o filme que estréia hoje no cinema, o casal se beijando na esquina? São questões do dia a dia nas quais a gente nem pensa muito, vê ou não vê e acaba esquecendo se viu ou não. Ou acaba até vendo o que nunca viu porque nunca existiu. É disso que trata a pesquisa que eu, no jogo do ver e do não ver acabei vendo enquanto pedalava uma bicicleta na clínica de fisioterapia: Somos capazes de ver até o que não podia ser visto porque não aconteceu. Nessa pesquisa 73% dos entrevistados garantem que viram, naquele fatídico dia 11 de setembro, pela televisão, as imagens ao vivo, ou seja, na hora em que acontecia, do choque do primeiro avião contra uma das torres gêmeas.

Escrito especialmente para BVIW - tema: Vejo ou não vejo