Muito tempo ou pouco tempo faz esquecer!

Eu tenho um amigo de infância e o nome dele é Zeca e o apelido dele é Carlos Alberto. Não se trata de uma inversão entre nome e apelido. O motivo dessa inversão é porque já faz muito tempo que não nos vemos e porque faz muito tempo eu acho que esqueci.

Dessa forma, se eu esqueci, é dessa forma que eu quero lembrar.

Neste caso, o muito tempo faz lembrar o jeito que eu quero lembrar.

O Zeca é daqueles amigos que a gente esquece o nome, mas não esquece o amigo, e lembra o amigo do mesmo jeito que o amigo sempre foi. Basta lembrar e ali está ele daquele mesmo jeito.

Neste caso, o tempo nunca faz esquecer.

Mas o Zeca era muito mais que um amigo, era um irmão.

A gente sabe que existem diversos tipos de amigo.

Existem os amigos da onça, os amigos do alheio, os amigos ursos, os amigos que “é coisa para se guardar” para serem cantados nas músicas, e existem os amigos certos das horas incertas para serem citados nos ditados populares.

Lembro que brigamos, eu e o Zeca, por duas vezes, briga de garotos que brigam por causa das brincadeiras das ruas

Os motivos foram banais como na maioria das vezes o são, mas eu e o Zeca nos fizemos respeitar.

Depois, eu e o Zeca ficamos um longo tempo sem ver um ao outro, quinze anos talvez.

Mas aí, o simples encontro, o ver de novo, quinze anos depois, foi como se o tempo não tivesse passado.

A alegria de rever um verdadeiro amigo nenhuma palavra é capaz de traduzir.

Por isso, neste momento, eu me faço calado e peço que meu silêncio traduza toda a admiração e respeito que eu tenho pelo Zeca.

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(Duas linhas de silêncio)

Talvez algum dia eu venha tornar a referenciar a esse caro amigo.

Agora, por enquanto, eu simplesmente vivencio a resposta que interroga:

“Muito tempo ou pouco tempo faz esquecer!

E se for amigo!