Sabemos a lição, mas só tiramos zero

Relacionar-se a dois é algo interessante, eu diria, até maravilhoso, porém muitas vezes em inicio de relação onde o fogo da paixão, dos exageros nos dominam, vamos colecionando pequenos erros que mais tarde assombrosamente se transformarão em pecado, e que como uma metralhadora vai atingir, não só a nós ou a pessoa amada, mas também, amigos queridos, familiares, estranhos, enfim, nos darão náuseas, nos deixarão tonto, e o pior, irredutíveis, pois estaremos sempre em busca de culpados, e para esse posto, qualquer pobre mortal mais sensível ou desastrado servirá para que façamos as pazes por alguns momentos colhidos à custa de uma imagem fantasiosa que surge. E pensamos: Tá vendo? é simples, Joãozinho, Maria ou o gato, estavam com uma energia pesada, daí brigamos. É, caros amigos, todavia, esse bálsamo é tão durável quanto uma brisa roubada num ônibus lotado enquanto está chovendo, logo a realidade vem e abafa mais uma vez os planos de uma relação equilibrada e saudavel. Como verdadeiros loucos pensamos que só podemos respirar se o outro acompanhar nosso movimento de inspiraçaõ e expiração, tolo engano, que mais adiante nos fará sentir falta de ar em campo aberto. E quando isso ocorrer vamos contar os mortos, os estragos. Onde estão os amigos? que respeitosamente se afastaram para vivermos de forma plena essa paixão? Onde estão os familiares, sobrinhos, irmãos, tios, etc., para pegar um cineminha, fazer compras, ou simplesmente se reunir para um bom papo. É bom que reflitamos:

_ Nessa coisa a dois, gostamos do outro, mais nunca seremos o outro, sob pena de não mais conseguirmos ser nós mesmos.

Ada Mendes
Enviado por Ada Mendes em 04/06/2011
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