As Marias de Nossas vidas

Adaptação da Crônica "As Marias de Minha Vida" para publicação no Jornal Regional de Notícias, Laranjeiras do Sul/PR.

AS MARIAS DE NOSSAS VIDAS

Interessante o número de mulheres que passam por nossas vidas com o nome Maria. A presença delas está em todos os lugares, nas ruas, no trabalho. Eu, por exemplo, convivo diariamente com elas. Começa no elevador, quando brinco com a Maria das Graças. No caminho do elevador até a porta de minha sala, converso com Maria das Dores e mais adiante com Maria das Cruzes. Antes chegar a minha sala, vou à copa pegar um cafezinho passado por Maria, passo pela sala de Maria de Jesus e tomo o cafezinho com ela. Chego a minha sala o telefone toca, é Maria do Socorro perguntando o que vai fazer para o almoço. Desligo o telefone e lembro que tenho que falar com Maria José, amiga de trabalho, para pegar algumas instruções que ficaram pendentes. Logo depois Maria de Lourdes liga para me dar um oi. Nesse momento chega Maria Amália e me cumprimenta, desejando um bom dia, quando lembro que tenho que ligar para uma Maria muito especial, minha mãe, que não é filha de Maria, mas casou com Mário, filho de Maria Luiza, que é minha avó, mas quem atende o telefone é Maria Vitória, minha sobrinha, que recebeu esse nome em homenagem às duas avós. Encerro meu expediente, encontro Maria Geralda que me pede carona. Mas adiante encontro também a Maria da Penha, que nos acompanha até a saída do trabalho. Nesse instante a Maria de Fátima, uma amiga, sai do elevador e fica feliz em me ver. Estacionando na garagem do prédio onde moro, vejo Maria Zélia, que sorri para mim, desejando uma boa tarde. Mais tarde, em casa, meu marido chega e pergunta se falei com sua mãe, Maria da Conceição. E encerro o dia no MSN conversando com Ana Maria, Célia Maria e Rosa Maria. E o meu nome é Eunice, mas muitos pensam que é Maria Eunice.

As Marias estão presentes também nas lutas sociais e por justiça, como Maria da Penha, que foi prisioneira de seu marido, sofrendo violências, quando ficou paraplégica. Hoje a lei que protege as mulheres da violência doméstica leva seu nome. Elas estão igualmente presentes nas mulheres que sofrem e choram caladas por seus filhos, que por muitas das vezes estão perdidos na violência, quando não são vítimas, assim como chorou Maria, mãe de Jesus.

É nítido o costume que a sociedade tem de utilizar o nome Maria para representar a mulher em geral - ou seja, somos “Marias”.

Sim! Somos Marias! Somos donas de casa, mães, professoras, médicas, engenheiras, advogadas, pedreiras, motoristas, escritoras, etc. Somos Mulheres! Somos Fortes! Somos Guerreiras!

NICE BACCHINI

A TODAS AS MARIAS MEU ABRAÇO!!!

Nice Bacchini
Enviado por Nice Bacchini em 06/06/2011
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T3017523
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