Falar o "caipirês" esta correto?

Cumpadre e cumadre; bas tarde Intão, um iscrarecimento desse tar do “dialeto caipira”, que sempre envorve uma discussão, intão, pra crarear as idéia aqui vai uma ixpricação:

“Tudo começou na fala de uma mãe de uma aluna do Jardim 1, ainda no meu início de carreira no Magistério. Bem esta mãe que veio de São Paulo morar em Piracicaba, já na primeira semana veio com essa desfaçatez:

_Professora Ana gostaria que a senhora e os amiguinhos de classe fizessem o possível para não falar caipira perto da minha filha. Não quero que ela adote esse linguajar do interior!

Nossa! Doeu na minha alma, fui estudar o nosso “caipirês” para poder embasar a teoria na pratica do nosso falar; e a Lingüística, me correspondeu; aqui vai um pouquinho do que aprendi:

O caipira usa um falar, o dialeto caipira que, muitas vezes, preserva elementos do falar do português arcaico (como dizer "pregunta" e não "pergunta") e, principalmente, do tupi e do nheengatu. Nestas duas línguas indígenas não há certos fonemas como o "lh" (ex: palha) e o "l" gutural (ex: animal). Por este motivo, na fala do caipira, a palavra "palha" vira "paia" e "animal" vira algo como "animar". Este modo de falar, o dialeto caipira, é também conhecido como tupinizado ou acaipirado.

O núcleo original do caipira foi formado pela região do Médio Tietê, estão entre as primeiras vilas fundadas no Estado de São Paulo, durante o Brasil colonial, e de onde partiram algumas das importantes bandeiras no desbravamento do interior brasileiro. Os bandeirantes partiam da Vila de São Paulo de Piratininga e desta região do Médio Tietê, nas chamadas "monções", embarcando em canoas, no atual município de Porto Feliz, para desbravarem o interior do Brasil.

No quadrilátero formado pelas cidades de Campinas, Piracicaba, Botucatu e Sorocaba, no médio rio Tietê, ainda se preservam a cultura e o sotaque caipiras. Nesta região, o caipira sofreu muitas transformações, influenciado que foi pela maciça imigração italiana para as fazendas de café.

Cornélio Pires foi quem melhor definiu o jeito caipira de ser. Levando em conta as origens, como o indígena brasileiro, a contribuição do negro trazido da África, a combinação com a cultura européia, especialmente a portuguesa e depois a italiana, tudo isso acabou por formar o cerne cultural específico do povo brasileiro: na culinária, na arte, na dança, na música e claro, no vocabulário rico e despojado à margem da língua oficial, a portuguesa.

A marca do caipira é sua capacidade para simplificar. São os tar “ataios”, ou mió, soluções indispensáveis para a conservação de seu bem-estar, especialmente quanto à linguagem. Para quê gastar tanto esforço em pronunciar “eucalipto”, se é mais fácil dizer: “calipe, acalipe, calipar”?

O falar caipira revela, a despeito dos justos argumentos dos defensores da língua pura (os tar dos purista), apenas e tão somente o jeito mais fácil de comunicar. Comunicação, por sinal, direta, objetiva e pessoal, porque certamente não existe um meio melhor para se transmitir uma mensagem, e isto o caipira sabe muito bem fazer.

No hino do XV de Novembro de Piracicaba existe muito folclore. A região tem uma alta produção de cana de açúcar e com isso havia uma enormidade de pessoas simples, que viviam do corte da cana, os famosos "pé vermeio" em alusão aos pés sujos da terra vermelho vivo que é característica da região.

Hino Popular do XV de Piracicaba

Cáxara de forfe

cuspere de grilo

bicaro de pato

asara de barata

nhéque de portera

já que tá que fique

viemo numa combi véia

sem óio de breque

de orc de raibã

GOOOOOOOOOOOOR

carcanhá de bode

tocera de grama

já que tá que fique

GOOOOOOOOOOOOR

trei veiz cinco é XVXVXV!

Bem! Aqui está uma pequena parte de todo o meu trabalho que se embasou em teoria para "ixpricá essi falá caipira que tanto me honra."

Pequena Bibliografia:

RIBEIRO, José H. Música Caipira: da roça ao rodeio . São Paulo: Editora 34 Ltda, 1999.

AMARAL, Amadeu. O dialeto caipira. São Paulo: HUCITEC, 1976.

http://agendaculturalpiracicabana.blogspot.com/2009/05/o-hino-mais-caipira-do-planeta-e-o-time.html