Comédia Desumana

A imprensa televisiva maniqueísta drogou a vida com seu modo de tratar rapidamente assuntos profundos com fugaz superficialidade. Esse crime é bem pior do que qualquer droga. É o ponto final de vista educacional. Está no ar: acorda, toma café, almoça, janta e dorme com a gente na alma enfraquecida pelo pensamento sem reflexão.

Poder inquestionável da verdade única, indefensável. O pior tráfico de influência, pois vitima o “suspeito” sem a menor chance de defesa no bem sucedido mercado das ilusões. Constrói o homem perfeito, rico, bonito, bem sucedido numa sociedade pobre, miserável e feia. É o túmulo ágil da consciência perdida. É o jocoso infantilismo de prestígio.

A jornalista bonita com voz de veludo: “O rapaz baleado não tinha passagem pela polícia e nem era drogado.” O mito do drogado, o desreipeito da generalização nas mãos ignóbeis do carrasco. A sutileza da defesa que vacila na armadilha da generalização cínica. A compactação informativa contra um único alvo: a felicidade quimica. Quem tem o poder de decidir sobre essas vidas? O medo do enriquecimento pelo mesmo processo de ilusões gratuitas? Cuidado! Pode ser apologia.

Ah! Todo o lixo político ocultado debaixo do tapete dessa luta sem fim pelo domínio da imaginação alheia. Seres perturbados pelos sonhos inalcançáveis cujo único linimento lhes é tiranizado como crime inafiançável. O mundo limpinho dos sacerdotes, profetas, deuses, espíritos compactados numa pastilha, num cigarro, num copo, numa cerveja, num traço branco de pó ativo. Que medo dessa injusta concorrência! Ganhos certos para clínicas de luxo resumem a incapacidade de convivência com a loucura sobre qualquer dinâmica original. Tudo no mesmo tempo mágico da pajelança.

Não coma demais, não beba demais. O carro pode correr! Trezentos quilômetros por hora porque é feito para milionários. Por que não utilizar o dinheiro do mal para cobrir o tumor da ineficiência publica? Não! É preciso ver o câncer de pé na fila da emergência dentro da medicina mercadológica de compra e venda. Sem outro esforço senão matar suspeitos. Você prefere seu filho escalando o Himalaia no verão ou fumando baseado na sala? Feliz e rindo sem compreender a novela inteira. É melhor expulsar, banir, trucidar o vício quando não há mais saída. Execrar os infelizes do direito à felicidade cruel do dinheiro feito com o sangue dos juros altos. Mercenários das dívidas alheias comem as visceras do povo. Quando não há mais piedade, quando não há mais ruas para prosseguir. Irmãos da pornografia como salvação, eis a última porta de satisfação dos inválidos! A mesma revelação da vida em seu aspecto comum. Que dor sem alma! A imprensa televisiva maniqueísta drogou a vida com seu modo de tratar rapidamente assuntos profundos com fugaz superficialidade.

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do meio do expurgo técnico. Os intolerantes são mais graves do que os drogados.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 29/06/2011
Reeditado em 30/06/2011
Código do texto: T3065061
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