A América Pintada Em Preto E Branco

Eu estive ali me mantendo confiante em meio ao nervosismo que tomava conta dos santistas vendo ao longe um mar branco iluminado pelo sonho da terceira estrela, acompanhei impassível a nossa torcida cantar entusiasmada um a um os nomes dos onze atletas aguerridos que estariam nos representando em mais uma batalha pela América, e foi só a bola rolar para todos sentirem uma ansiedade incomum até então.

No fundo todos sabiam que não havia outro jeito, era noventa minutos e demais acréscimos para o sonho se completar pela terceira vez, faltava pouco para ser três o número das conquistas bordadas em forma de estrela no lado esquerdo do peito. Mas antes disso tudo tínhamos ainda noventa minutos e antes de tudo sempre vem o início.

Lembrei-me do fraco começo fora de casa contra o Deportivo Táchira empate em zero a zero e depois no primeiro jogo em casa novo empate contra o Cerro Porteño dessa vez um a um, com um gol de Elano, após o pênalti sofrido por Zé Eduardo, foi o fim da era Adílson Batista, no terceiro jogo contra o Colo-Colo Marcelo Martelotte teve que comandar a equipe na volta de Paulo Henrique Ganso, infelizmente com uma derrota de três a dois com gols de Elano e Neymar, na quarta partida precisávamos vencer em casa o mesmo Colo-Colo e parecia um carnaval com festa, gente vibrando e dois belos gols de Elano e Danilo e um golaço de Neymar com direito também a máscara até que o juiz acabou com a folia expulsando (corretamente) três dos nossos jogadores, mesmo assim, vencemos o jogo e agora nos restava outra decisão fora de casa contra o Cerro Porteño com o apoio do recém contratado Muricy Ramalho e o talento de Paulo Henrique Ganso e felizmente para nós foi o suficiente com os gols de Danilo e Maikon Leite numa exibição de gala de nosso camisa dez, depois foi só passar pelo eliminado Deportivo Táchira em casa três a um foi o resultado final do jogo com gols de Neymar Jonathan e Danilo, estávamos classificados para a próxima fase.

Nesta nova fase enfrentamos o América do México (que havia nos eliminado em 2008) e contamos com um velho milagreiro e um novo santo: Ganso garantiu a vantagem de um a zero na Vila Belmiro e Rafael garantiu o empate sem gols no México. Depois encaramos o algoz do Cruzeiro, o Once Caldas, sem Ganso novamente lesionado, no entanto passamos com uma vitória simples um a zero na casa do adversário, gol de Alan Patrick, e um empate em um a um jogando no Pacaembu, gol de Neymar, que ainda se deu ao luxo de perder um pênalti, mas jogou bem. Na fase Semi-Final iríamos encarar novamente os paraguaios do Cerro Porteño e com uma nova vitória mínima no Pacaembu, Gol do capitão Edu Dracena, e um empate de três gols no Paraguai, gols de Zé Eduardo, Neymar e um bizarro gol contra depois de oito anos estávamos novamente na final da competição. O capítulo final se inicia no Uruguai, com um vulcão chileno quase atrapalhando os caminhos alvinegros e previamente recolorindo a América em preto e branco, em campo, Rafael, Durval e Adriano novamente destacando-se em um novo empate sem gols e a decisão sendo levada ao Brasil, ao Pacaembu, ao coração de todos os santistas com a volta de Paulo Henrique Ganso e dentro das quatro linhas bastaram noventa minutos para Neymar abrir o caminho, em uma linda jogada de Arouca (e Ganso), e a Danilo selar o destino do Santos Tri Campeão da Copa Libertadores. Parabéns aos artistas que recoloriram a América de preto e branco:

Rafael, Pará, Edu Dracena, Bruno Aguiar, Durval, Alex Sandro, Danilo, Bruno Rodrigo, Adriano, Vladimir, Paulo Henrique Ganso, Felipe Anderson, Arouca, Maikon Leite, Zé Eduardo, Jonathan, Neymar, Rodrigo Possebon, Elano, Alan Patrick, Léo, Charles, Keirrison e Richely, Marcelo Martelotte, Adílson Batista e Muricy Ramalho.

Luiz Henrique Santos
Enviado por Luiz Henrique Santos em 03/07/2011
Código do texto: T3072675
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