O DURO OFÍCIO DE SER HOMEM!


          Ainda que eu não queira, ouço a voz de Erasmo Carlos, martelando os meus ouvidos, com a sua tão badalada canção: "Dizem que a mulher é o sexo frágil... mas que mentira absurda!". Absurda mesmo, visto que de frágil, a mulher não tem nada. A sua pseudo-fragilidade não passa de uma camuflagem, para levar os homens a satisfazer todos os seus desejos - mesmo os mais inusitados... mesmo os mais atrevidos. A maior força que uma mulher possui é exatamente essa fragilidade aparente. Lembro-me de certa vez em que eu estava conversando com um casal e o assunto estava animadíssimo, pois tratava do eterno antagonismo machismo versus feminismo. Num certo momento, com voz arrogante, bem empostada e com uma pose altiva, o homem disse: "- Lá em casa, eu sou a cabeça! Alguma dúvida, meu bem?" e sorriu, certo de sua perfeita colocação e dominação. Sem perder a calma, muito menos a elegância, a mulher declarou: " - Nenhuma dúvida, você é a cabeça! Eu sou o pescoço. Entretanto, querido, convém lembrar que o pescoço vira a cabeça para onde bem entende!" e não sorriu, pois a mentira precisa sempre de um sorriso para impressionar; a verdade, não!
          Lembro-me, ainda, do que dizia o meu pai: "Um homem bobo, engana cem homens doidos; um homem esperto, engana cem homens bobos; um diabo, engana cem homens espertos; uma mulher, engana cem diabos!"
          Bem... mas não estou aqui para falar da fragilidade aparente da mulher, mas da força real do homem. As estatísticas mostram que as inscrições em concursos, seja no nível médio, seja no nível superior, vem sendo realizadas, em sua maioria, pelas mulheres; já quando se fala em aprovação, as mulheres alcançam a assustadora marca de 75%, ou mais. As mulheres estão se firmando no mercado de trabalho com uma força, inteligência e discernimento para tomada de decisão avassaladoras.
          O homem sai das entranhas de uma mulher - quando nasce -  luta para se libertar da "opressão" imposta pela figura materna e, depois, se entranha novamente com outra  mulher, antevendo nessa escolha, a possibilidade da conquista de uma felicidade verdadeira. E forma um lindo lar... e constitui uma linda família, da qual ele é a cabeça, que - docilmente -  se deixa manipular  pelo pescoço...
          Creio que o homem não perdeu o seu espaço, apenas realizou uma troca; gentilmente, cedeu o seu espaço para a mulher e, ousado, forte e determinado que é, resolveu encarar o desafio de ocupar o espaço - originalmente - feminino. E não é que ele vem se saindo bem nas artes culinárias, na estética, como estilista, como mãe (ops! quero dizer, pai)? E não é que muitos passaram a se sentir mulher, em toda a sua plenitude e trejeitos? Quem diria! O homem revelando toda a sua potencialidade, toda a sua força...
          Mas, não podemos deixar de agradecer às mulheres, por permitirem que experimentemos as agruras e torturas do universo feminino, para que possamos provar a nossa resistência, a nossa capacidade de superar obstáculos e desafios!  E, principalmente, por nos conceder a serenidade, pois bem sabemos que, enquanto operamos nos bastidores do cenário da vida, elas arregaçaram as mangas e partiram, ferozes e ferrenhas, para o campo de batalha. Portanto, hoje, é líquido e certo: à frente de todo homem, há sempre uma grande mulher. Então... um viva  às mulheres!!!
          Mas... peraí... hoje não é o dia dos homens?
          Então, por que será que até o presente momento - são exatamente dezesseis horas e trinta e cinco minutos - nenhuma mulher, nenhum ser vivo que respira, se move ou se arrasta sobre a face da terra, se aproximou de mim para me parabenizar?
          Será que nós - homens - estamos ficando irreconhecíveis?

                                                       Alexandre Brito - 15/07/2011
(*) Imagem: Google




Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 15/07/2011
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T3097404
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