Questão!

É preciso fazer questão!

Nada do que "tanto faz", "talvez", "pode ser" me traz sentido à vida.

O contentamento com o neutro, o cinza, envenena. Porque é fácil querer lutar com garras para manter a felicidade ou escapar da tristeza. Difícil é acordar diante do comodismo e conseguir ânimo de espírito para sacudir a poeira.

É preciso fazer questão!

Isso sim traz fôlego para encarar o mundo de peito aberto, venha o que vier, superar qualquer obstáculo. Exorcizar o demônio das pendências, virar páginas, esquecer o "mais ou menos" e, então, cultivar na minha história apenas o que verdadeiramente me faz bem.

Isso inclui manter por perto quem também faz questão de mim.

A vida é uma só para que eu me aceite covarde diante da nítida necessidade de dar fim a algo.

A cegueira por medo de encarar os fatos; a construção incessante de desculpas confortantes para justificar o apego àquilo que desmerece constantemente minha energia; permitir que a beleza do passado sustente ao infinito as ruínas do agora; deixar de explorar o novo porque o que vivo hoje, mesmo sendo incômodo, ao menos é familiar... tudo isso é pedir para morrer pouco a pouco.

É preciso fazer questão de buscar a realização pessoal. Eis uma missão que vale o risco de se lançar para o mundo.