AGRESSÃO. CONSCIÊNCIA.

Só se perde tempo com a eficácia ou joga-se fora o tempo, precioso, que passa. O gerenciamento político incomoda, mas nada de relevante pode-se fazer que redirecione a condução dos negócios públicos para seus devidos lugares, na conformidade das leis. As leis são quase ficcionais, mas o que comanda esse mando que é total desmando, é o voto.

Verdade indispensável: que ninguém passe fome. Maior verdade: que essa fome não seja ingrediente de prato político para votação.

Ninguém pode ser premiado pelo reconhecimento não dando aos representados educação. Só se dá o que se tem e se recebe na mesma proporção do que foi dado.

Liberdade de escolha sem vícios da vontade, com consciência, liberdade pessoal sem estar pressionada: democracia. Ausente a liberdade surge a agressão à consciência, desaparelhada para a escolha.

O projeto inédito de um milhão e trezentos mil eleitores, “fichas-sujas”, foi castrado com emendas, não é motivo de júbilo sua futura aplicabilidade face o princípio da anualidade, preservada a regra no STF com apertos.

No projeto inicial estava escrito que com a sentença de um juiz singular, ou seja, monocrático, de primeira instância, decisão condenatória, estava inelegível o condenado.

Em 1972, bastava o recebimento de uma denúncia ofertada pelo Ministério Público para se tornar inelegível qualquer candidato.

Transformou-se a necessidade de inelegibilidade, no projeto - dos “fichas sujas ou limpas” - vinculando ficar inelegível SE CONDENADO POR UM COLEGIADO, OU SEJA, POR TRIBUNAL DE SEGUNDA INSTÂNCIA. EVIDENTEMENTE ATRAVÉS DE RECURSO, OS TRIBUNAIS ELEITORAIS ESTADUAIS.

O Plebiscito, instituto saudável e desejável nos seus limites, foi tornado doença latrinoamericana para ressuscitar sepultadas ideologias, castradoras das liberdades, sufocando a livre expressão - amordaçados e intimidados jornais e órgãos de comunicação, padronizada a educação pela conveniência do Estado unilateral – como se vê em nações vizinhas. Era um meio de quastionar no Brasil o que pretenderia o povo a respeito de elegibilidade de “fichas limpas ou sujas”, embora para assumir qualquer cargo público o cidadão precise da famosa “folha corrida”.

Democracia direta, plebiscitária, só se justifica pela presença da liberdade, não como se vê alardeado e praticado na “americalatrina” que evidentemente não tem a educação da Suiça.

Em Honduras, por exemplo, perde cargo público quem o ocupe, se pretender alterar o que é inalterável, mudar a forma de sucessão do poder, imutável, proibida a recondução pela Constituição, de forma clara e gramatical, cláusula pétrea.

No Brasil, persistem nichos de eminências pardas onde se confunde liberdade democrática com democracia direta, deletérias cabeças pouco alfabetizadas na apreensão da real política. Enfrentadas pela verdade, se calam em alinhamento silencioso esses guetos, pretensos monopólios da verdade analítica-crítica, estamento para poucas cabeças frequentarem.

ENEM: prova de desestímulo para a nenhuma educação que temos. Nada de seriedade, juventude que estuda desrespeitada pelos filtros da permanente corrupção. Ensina-se o solecismo e a matemática sem exatidão mínima.

A “gota de sangue” dos antepassados, com origem na legislação do antigo Estado da Virginia, EUA, também, faz a desordem das cotas racistas, não havendo raça na consideração épica da ciência, mas ser humano, fato que pretendem como desconhecido.

Trava o Estado que seria sempre promissor e devedor da educação fundamental qualificada no Brasil, ampla cena de pugilato com a coerência, dividindo brasileiros nunca divididos, em vai e volta.

Socorre-se da satisfação a fome do povo faminto pela moeda do voto. Fome alcançada pela compra do voto famélico, satisfeita muito pouco, cessada não totalmente, assistencialismo necessário, desde que honesto, algo de positivo, mas a liberdade de escolha consciente continua devedora dos brasileiros, cooptada e captada a vontade.

E a reforma política permanece nas mãos das raposas, inclusive de quem está condenado pelo Estado de Nova York por lavagem de dinheiro, nosso dinheiro.

As apurações indesejadas, varridas para baixo do tapete, com tranqüilidade, pacificamente, pelo caciquismo político eternizado.

Nossas consciências, as dos conscientes, violadas, as dos inconscientes, agredidas.......nada conhecem de agressão, e ficam subjugados.

Será que a força do destino, em reviravolta “sui generis”, inesperada, quebraria democraticamente esse caminho, pelo acaso, de forma “mancata”, mas absolutamente democrática, de dentro para fora, pela chegada ao poder de um personagem que deixa de se alinhar com o que estava posto, estando antes alinhado?

Não creio,espero estar errado, mas tudo ao futuro pertence, e o poder traz surpresas......

Governabilidade é voltar-se para o que necessita o povo, a qualquer preço, não para trocas e favores....

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 02/08/2011
Reeditado em 02/08/2011
Código do texto: T3134257
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