Sirva-se

O jeitinho brasileiro de ser inclui uma capacidade "brilhante" de inventar empregos. Já que não tem espaço para todo mundo nos cargos mais amados, e a galera precisa de um ganha-pão, rebola-se para lá, rebola-se para cá e pronto. Sempre se consegue uma desculpa para que seja criado um novo posto de trabalho. É algo como contratar alguém para segurar a frigideira enquanto outra pessoa quebra o ovo... Exageros à parte.

Aqui no Canadá, o fluxo é inverso. Os cérebros pensam de forma a aniquilar o empregado de toda e qualquer função que possa ser exercida pelo próprio consumidor. Um universo self-service. Ponha sozinho a gasolina no seu carro, acrescente com as próprias mãos o leite no seu café, lide exclusivamente com uma máquina para pagar o estacionamento, tire sua xérox sem ajuda, passe você mesmo os produtos pela registradora no supermercado. E jamais ouse entrar no ônibus sem trocado... Em uma realidade na qual não existe cobrador, é obrigação sua ter o exato valor da tarifa para pagar pelo direito do transporte público.

Também nesse clima de independência forçada, quem quer chocolate, urso de pelúcia, sorvete, refrigerante, lápis, folha, grampeador, o que seja, basta colocar o dinheiro no prático "vendedor mecânico" e escolher o item. Um mundão de possibilidades. É só torcer para nada dar errado. Máquinas não aceitam reclamação do consumidor.