RETRATOS ESQUECIDOS

MakinleyMenino 2011

Lembrar o Barão de Macaúbas, não só seria recordar a personalidade do educador Abílio Cesar Borges, pedagogo e médico nascido no sertão baiano no povoado de Macaúbas vila de Rio de Contas/BA. Fundador de diversas escolas em nossas cidades brasileiras entre os anos de 1847 a 1888, agraciado por D. Pedro II como Barão de Macaúbas por seus feitos e métodos de ensino considerados revolucionários para sua época. Como tão pouco, lembrar as memórias póstumas de Brás Cubas do romance escrito por Machado de Assis que em seus escritos, rompe a linha de narração linear que descreve os fatos seguindo uma ordem cronológica dos acontecimentos para, retratar os meios dos seus dias em um conjunto de reflexões que abraçavam o derrotismo, ironia e indiferença tornando-se o marco do Realismo brasileiro. Antes, seria relembrar minha história e dia-dia de estudante do ensino médio na escola estadual barão de macaúbas, onde o dia começava com o som da televisão em que minha mãe buscava a sintonia da rádio para saber as notícias frescas, e ficar ávida ao o aclamar das horas pelo radialista.

A escola estava localizada a cinco ou seis quarteirões da minha casa, ao abrir os olhos fitava o alvorecer pelos vidros da janela, ficava entretido vendo o despertar dos pardais a brincarem nos galhos das quaresmeiras, os carros chegando e estacionando sobre minha janela, a fila que se formava em frente à saudosa Caixa Econômica Estadual e a lembrança de um de seus slogans famosos estampados em sua fachada “seus talões valem milhões”... Logo, se ouvia as sirenes da extinta Cia de açúcar Pérola as margens do arrudas e era hora de sair as pressas, subir a ladeira rumo a escola.

A excitação era enorme de encontrar no caminho aquela garotinha que fazia meus olhos brilharem, seu nome era Suzie. Tornava-me serelepe querendo chamar sua atenção e enfim chegava aos portões da escola. Entretanto, meu desejo era o fim das aulas para passar pelo casarão, hospedaria de esquina onde sua arquitetura se associava aos elementos retos e curvos utilizando formas ambivalentes próprias da arquitetura barroca que exibem a excelência da complexidade em termos de organização das formas côncavas, convexas e retas, parada para caixeiros, viajantes e homens de negócios.

Grande expectativa de chegar ao casarão e próximo, aquela árvore de ipê amarelo. Sobre ela à sombra, o carteiro de bicicleta com seus malotes flauteando seus instantes, recuperando o fôlego, enamorando alguma moça esfuziante daquele casarão. Eu, querendo aquela carona, dar um passeio sentindo o vento avoaçar entre as narinas procurando a liberdade naqueles momentos de velocidade e aventura. Agora vou estatelando lembranças mágicas, transformando-as em saudade e melancolia, transcritas na essência poética dos versos passados. Hoje, crônicas dos retratos esquecidos.

MakinleyMenino
Enviado por MakinleyMenino em 06/08/2011
Reeditado em 07/08/2011
Código do texto: T3143948
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.