Foi ontem!

Música, futebol, cinema, paixões... Quem hoje aprecia ou curte, sabe: vão ficando em nossa memória, como de resto tudo vai ficando também. A arte faz a sua parte tratando de eternizar os fatos do tempo presente, sejam quais forem as sensações gostosas que tenhamos vivido. Não obstante, há os momentos em que subestimamos, desprezamos ou “apagamos” as nossas memórias. Os critérios de escolha, certamente vinculados aos mecanismos do cérebro, parecem obedecer às preferências que confortam mais. Quantas vezes não me peguei desejando que as texturas, cores e climas de uma época pudessem ser degustados pelos mais jovens com quem converso a respeito, querendo fazê-los mergulhar em minhas emoções para que partilhem de minha história de vida; que vivenciem intensamente as atmosferas e contextos dos fatos narrados. Nesses momentos devo parecer um velho saudosista caindo no lugar comum do monólogo anacrônico de minhas experiências. E aí não adianta o esforço despendido para me manter atualizado e reciclar meus gostos permanentemente. Tenho que conviver com esse passado, para mim, ainda recente, e o conseqüente aparecimento das manias.