Reclamações

Reclamar da vida todo mundo reclama, acho que isso é inerente ao ser humano, mas tem gente que exagera! Eu conheço uma pessoa que reclama tanto, que quando ele fala que está bem, eu já vou logo achando que ela não está! Essa pessoa sempre é a mais problemática dentre todos! Caso ela ouça alguém reclamando que sofre de dor de cabeça, ela vai logo dizendo: “você não sabe o que é dor de cabeça, se tivesse a dor de cabeça que eu tenho, aí sim poderia reclamar!” Às vezes eu acho que ela pensa que patenteou as reclamações e os problemas!

Mas pior do que quem reclama de tudo, por vício ou mania, sei lá, é quem reclama de coisas fúteis. São aquelas pessoas que nunca estão satisfeitas com nada que alguém faça por elas! Essas sim conseguem me tirar do sério. E eu convivi (e convivo ainda) com uma pessoa assim. Se você der um presente pra ela, ela olha, examina, cheira, chacoalha, te olha e diz: “KKKKKKKKKKKKK Não acredito que você acha que eu vou usar isso?” Sério, eu fico com vontade de socar uma pessoa dessas, e olha que eu sou da PAZ, apesar de ser GUERRA (só para não perder o trocadilho). Lembro-me de um dia em que o marido dela comprou um sapato que custava R$200,00. E ela olhou o preço e perguntou: “Comprou na liquidação da feira?” O coitado ficou tão sem graça, pois achava que tinha comprado um sapato caro, bonito (e realmente tinha), mas a pessoa colocou defeito e não usou. Aí ele pegou e trocou por dois sapatos e dois cintos para ele.

E é sempre assim, por mais que tentamos agradar, esse tipo de pessoa está sempre insatisfeita com tudo. Eu, sinceramente, abandono, deixo de lado. Esses dias uma pessoa dessas me chamou de espírito de pobre. E não é que acertou? Sou mesmo e acho que isso é a melhor coisa, pois quem é desapegado de certos luxos não sofre por qualquer coisa. Eu vivo muito feliz com os meus sapatos (que são poucos) de liquidação de feira, com minhas roupas sem marca, mas que me vestem muito bem e com meu chinelinho de dedo baratinho. Esses dias eu fui a uma festa, muito bem vestida, discreta, mas bem vestida. Minha sogra fez a roupa e eu calcei o meu único sapato de salto fechado, um scarpin preto envernizado que ganhei da minha mãe. E a dita pessoa me fez a seguinte pergunta: “você parece que só tem esse sapato?” E eu, na maior naturalidade respondi: “pois é, realmente, só tenho esse mesmo!” E saí de perto.

Aí eu pensei comigo, sapato preto é tudo igual, combina com tudo que é roupa, pra que eu preciso de mais? Tenho um sapato de salto, uma sandália, um tênis, uma bota, duas rasteirinhas e um chinelo de dedo. Exatamente esses são os que me calçam e muito bem calçados! E não acredito que eu precise de mais. Acho que a vida é muito mais do que coleções de sapatos ou não repetir roupas. Prefiro meu chinelo de dedo à ter de viver na insatisfação eterna!

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