Crônica da saudade

Revejo na TV imagens da pequena cidade onde vivi os mais belos dias de minha adolescência. E meus olhos procuram ansiosos velhas e coloridas imagens de outrora....

_ Cadê a praça ? os bancos onde os jovens namorados trocavam olhares e um simples roçar de pernas causava arrepios ?

_ E o cinema, onde podia-se roubar doces beijos sem ser castigado ?

_ Porque não mostram a pontezinha pendurada sobre o rio em cascatas ? O caminho para o Cerco, a mata verdejante, as flores silvestres...?

Onde ..... ?

Apenas um momento de extase. Um mergulho no mundo sagrado, congelado pela saudade...

É tudo belo e novo, mas não como fora um dia...

Não é tão brilhante,

Não é tão azul

Nem tão perfumada,

Não é tão alegre,

Não é tão feliz

Nem tão jovial.

JOVIAL ?

Onde estão os jovens ?

Ivone, Aderbal, Socorro... Vando, Guerrinha, Ilzinha ?

Onde está José ?

A casa de seu Henrique e dona Geralda.. os assustados nas tardes de domingo... Perfídia, Siboney, El dia en que me queiras...sabor a mi...

Ai coração... quanta saudade ...

Para onde fora o efervecente burburinho, que fazia a cidade preenhe de alegria, explodindo em cores, revelando amores...

Como fazer parar o tempo ?

Como pedir que parem o progresso ?

Não botem portões onde era cancela,

Não construam muros onde era cerca,

Não façam estrada onde era caminho,

Não levantem edifícios onde era casa,

Não coloquem obelisco onde era coreto,

Não tornem realidade o que era sonho.

Como pedir aos jovens que parem os sonhos ?

Se sonho de jovem é transformar,inovar, criar, crescer...

No vazio do coração um sonho vai-se esvaindo... esgarçando -se no infinito das recordações ...

Aziul
Enviado por Aziul em 21/08/2011
Reeditado em 31/08/2011
Código do texto: T3174222
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