Se o amor fosse futebol

Todos sabem da minha admiração por futebol, uma verdadeira paixão. Outros também sabem o quanto sou apaixonado pelo amor. E na minha visão são duas coisas muito parecidas e que se complementam.

Defino-me como um homem moderno, porém, tenho resquícios de homens de décadas remotas. A verdade é que sou um autêntico romântico nas paixões e no futebol. Porém, tenho me dedicado nos últimos meses a analisar, taticamente, minhas duas paixões. Descobri que há muito em comum entre elas e que a metáfora de uma serve para a outra. É incrível!

No último mês me apaixonei todos os dias pela mesma mulher. Nada muito difícil, visto que ela tem a beleza plástica de uma jogada de Pelé, Maradona e, para os mais jovens, de Neymar. Tem a voz do canto da torcida na final do campeonato e a emoção do gol no último minuto, e esse/essa quase me enfarta!

Numa conversa sobre os segredos da conquista do amor com dois amigos, chegamos à conclusão de que o difícil não é a conquista por si só, mas a conquista diária, ou seja, manter a pessoa amada conquistada. Creio que boa parte concorde conosco. Então, comecei a entender o amor como um jogo (jogo sério), de preferência o futebol, e expus para meus camaradas a tática que resolvi adotar no jogo que teve início no último mês.

Iniciei minha aula tática logo mandando minha formação!

- Eu simpatizo muito com o 4x2x3x1!

Rapidamente, Pablito, um dos meus camaradas retrucou:

- 4x2x3x1? É o esquema da moda! Você tá cheio de modinha agora é?

“Malassombro”, o outro da turma de bar, foi balançando a cabeça e dizendo:

- É sim! Você tá mudado, Pedro! Você era menos metódico com essas coisas!

Respirei fundo, oxigenei o cérebro, me recompus e tratei de explicar para os dois revoltados:

- Companheiros, continuo sendo o mesmo. Com as mesmas ideias e concepções sobre o amor e o futebol. Apenas me debrucei sobre uma nova maneira de chegar ao objetivo!

¬- Então explica pra gente como é essa disposição “tática” aí! Disse “Malassombro” com Pablito concordando.

- Bem, camaradas, o esquema que tenho adotado e que acredito que vai dar certo é o 4x2x3x1 e vou defini-lo para vocês. O sistema defensivo tem 4 (quatro) zagueiros, é tradicional, romântico, seguro de si, manda flores e tudo... Temos 2 (dois) volantes de contenção para manter a postura séria sempre, nunca chega atrasado e visa sempre a bola, o que reflete o caráter deste que arma a equipe. Porém, os volantes saem pro jogo, tornando os dias bem mais divertidos. Os 3 (três) homens de meio campo são especiais. O mais centralizado pensa tudo e tem o toque de classe para agir certo e na hora certa. Às vezes ele se empolga com o bom momento e avança demais, mas nada que uma conversa não resolva. Os dois homens abertos, que jogam pelos flancos do campo, provocam as surpresas no jogo (para ela), quando tudo está ficando monótono eles aparecem e provocam os sorrisos (dela e da torcida). E o atacante (Ah, o atacante) nunca está isolado, espera a grande chance da partida para marcar o gol da vitória diária!

O futebol pode, sim, ser a metáfora do amor e o contrário também. Ambos valem à pena, são cheios de detalhes, dificuldades e surpresas. O amor é futebol. É alegre feito futebol. E no último mês ele tem sido mais futebol que nunca. Com tática ou sem tática o que vale é jogar, tentar, se arriscar. Errar faz parte do “jogo”. Todos nós estamos aptos a participar e arriscar. Escolhi um jogo a dois, que não é fácil e nem quis que fosse. Escolhi assim para valer a pena ganhar no final!

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 23/08/2011
Código do texto: T3177254
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