Como Vai Você?

Como vai você?

Vivendo na rotina de manhãs agitadas, dias conturbados atravessam nossas vidas e nem damos conta do que acontece á nossa volta.

Vez ou outra paramos, bestas, dizendo um simples “oi”, querendo dizer de fato – “ Não adianta que não tenho tempo para saber o que se passa com você”.

Passamos a maior parte de nossas vidas trabalhando, idealizando projetos, conquistando objetivos e planejando outros, atrelados assim, num círculo vicioso de desejos. Enquanto isso, o tempo passa e deixamos de lado coisas banais que a vida nos oferece, mas que de certo por serem tão banais, não nos seduz, como por exemplo, ao invés de um idílico “oi” um “ como vai você?”.

No fundo, saber do outro torna-se incômodo. E pensar que qualquer pessoa encontra o que certamente é nossa busca eterna é frustrante, não acha? Como humanos que somos , fingimos ser mais felizes, realizados, porque admitir estar numa situação inferior é se mostrar vulnerável perante outros.

Embora muitas vezes dissimulamos a nossa realidade, preocupamos como o que se pensa sobre nós.

Olhando para as pessoas presas nessse gingantesco universo individualista, percebo o quão frívola é a ideia de felicidade que se tem. Ao amadurecer com o levantar de vários tombos , hoje vejo além dos meus sonhos e desejos, o penar da vida diária de muitos anônimos que sequer se dão o direito de sonhar, dada a triste realidade que lhes assolam.

Não me basta apenas um “oi”, revelando a minha pressa rotineira. O “Como vai você” é uma maneira de me sentir inserida de forma a ser um agente social capaz de mudar a sociedade á qual pertenço e ser menos inerte dentro desse individualismo coletivo.

Então.... Como vamos nós?

Priscila Canedo
Enviado por Priscila Canedo em 24/08/2011
Código do texto: T3180195
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