Recordando velhos sonhos

Enquanto caminho pela orla do rio que alguns de minha geração ainda chamam" cais", passo pelos jovens casais de namorados. Uns de mãos dadas, bem juntinhos... outros abraçados, beijando-se e algum outro mais adiante, conversando, quem sabe trocando juras de eterno amor, absortos em si mesmos.

Enquanto passo e meus olhos detectam as imagens, alma e coração despedem-se de mim e voam tão alto que meu corpo fica a deriva...

Meus olhos olham, mas já não veem... os ouvidos escutam, mas não percebem...

Nas asas das recordações viajamos, percorrendo os caminhos que os antigos sonhos, um dia trilharam.

Encontrei alguns. Aqueles que ficaram pelo caminho, ainda jovens, fitando -me com imensos olhos tristes, desencantados.

Muitos, visitei-os na sepultura e até fiz uma oração, lembrando-me do quanto eram belos, alegres e cheios de esperança.

Mas notei uns poucos ainda pelo caminho a seguir-me. Não tão alegres nem tão coloridos. Não tão jovens nem tão impulsivos...mas existia vida em seus olhos, brilhos de fantasias, desejos de fazerem-se reais.

Serenamente minha alma tomou-lhes as mãos e sorriram-se.

Sorriram de meu coração.

Não envelhece esse bandido... dançou e em total descompasso cantou e espalhou música no ar...

Mas afinal, que são os sonhos ? tão etéreos... tão fugazes...

Dei-me conta então que havia calor em meu peito e uma luz de esperança seguia à minha frente.

Lembrei-me do que diz um amigo : NÃO PAGA IMPOSTO SONHAR !

Aziul
Enviado por Aziul em 26/08/2011
Código do texto: T3182696
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