COM O INVERNO NA ALMA

Quanto frio, minha gente e pensar que nem ainda chegamos ao inverno!

Estamos no outono e além das folhas caírem, as árvores nuas açoitadas pelo vento, um frio acentuado já principia, fazendo com que as malhas e lãs saiam das malas para nosso corpo.

E é nesse tempo, com prenúncios de um rigoroso inverno, que devemos pensar naqueles que necessitam de um pouco de calor, humano e físico, para minorar o frio, do corpo e da alma.

Quantos seres humanos se debatem no rigoroso inverno da alma, congelados pela insensibilidade, pelo ódio, pelo desamor, pela violência estúpida que cresce a cada dia e que transforma muitos homens em bestas humanas.

Devemos por todos os meios tentar minorar esse frio que empederniza corações, congela sentimentos e vilipendia atitudes.

Oferecer uma manta, dar um cobertor, que velho e surrado apenas ocupa um lugar nos seus armários é muito fácil...

Quero ver alguém estender a mão e amparar aquela mão calejada, grossa, suja, de unhas compridas e infectadas... o mau cheiro das roupas, a falta de água, de asseio... o corpo exalando odor nauseabundo...

Este é o inverno que existe em muitos seres humanos, abandonados à própria sorte nas sujeiras das sarjetas, nas calçadas gélidas, nas praças frias... frias da atmosfera e fria de sentimentos.

Nas grandes cidades Ongs distribuem as famosas e benfazejas sopas quentes aos moradores de rua, minorando um pouco o sofrimento do inverno. E nas demais cidades, onde essas Ongs não existem e os moradores de rua existem, sofrem e congelam nas noites frias?

O inverno se aproxima e devemos, como cristãos, levar um pouco de alento e de calor humano a esses seres quase que esquecidos pela vida e que perambulam pelas ruas, suplicando um mínimo de esperança.

Cada um sabe como e o que deve fazer para ajudar o seu próximo, para atenuar um pouco desse frio que já se faz presente nessas noites frias e madrugadas gélidas... cada um sabe como fazer para minorar a fome que habita nos dias e nas noites sem a cachaça, que esquenta e aplaca a fome e embota os sentidos, levando muitos ao torpor...

Essa mesma cachaça tão criticada por muitos mas que serve como alimento e agasalho a aqueles que têm como cobertura apenas o céu com seus astros resplandecentes...

Não defendo o uso da bebida alcoólica... Defendo sim o modo utilizado por eles, simples e barato, para dirimir os sofrimentos do corpo.

Como fazer para abrandar, um mínimo que seja, o frio dos moradores de rua de nossa cidade?

Dia 22 de Agosto : Dia do Escritor Louveirense.

Ademir Tasso
Enviado por Ademir Tasso em 02/09/2011
Código do texto: T3196343
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