Que Bode...

Só me faltava essa!

Eu – fumeiro empedernido & convicto – tenho que aturar Excelentíssimo Senhor Ex-Presidente da República Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso divagando aos quatro ventos a legalização da maconha! Não assisti ao documentário “Quebrando Tabus” e nem quero. Prefiro o “Grass” com a narração do grande Woody Harrelson. Os Estados Unidos sempre foram mais conservadores com alguns assuntos espinhosos do que com outros, basta notar a abordagem dos gringos sobre o homossexualismo e a abordagem tupiniquim que traz a mídia um “ditadorzinho de província” com o Deputado Bolsonaro.

Quero também deixar bem claro aqui que nunca tive pretensões políticas como do Senhor FHC (ou THC como a imprensa alternativa resolveu apelida-lo). Posso não ser um gênio. Porém, também não sou burro. Aliás, burros somos todos nós que já nascemos com o cérebro afetado por esse calor tropical insuportável, nessa nação de vira latas. Puro DNA, como dizia o Laurentino. Bem, “dropping names” à parte posso garantir que essa “luta” do nosso ex-presidente me parece um pouquinho suspeita. E eu explico rapidamente sem tomar o tempo precioso dos meus incautos leitores: isso me parece pura politicagem na nação dos politiqueiros. Uma população que vende seus votos por qualquer par de botas de segunda mão não pode viver em um país sério. E não adianta. O Brasil ainda não chegou ao status de país. Continua sendo um conglomerado que gente paupérrima, ignorante, deseducada & sem brios onde qualquer estrangeiro munido de capital faz o que quiser ou bem entender. Nosso maior artigo de exportação continuará sendo o turismo sexual e a prostituição infantil pelo simples fato de que os pais dessas crianças são coniventes e vendem seus filhos por uns dólares, euros ou meros reais a mais. Simples assim. Filhos da miséria, da pobreza e principalmente da pobreza de espírito desse lugarzinho caótico e hipocritamente católico romano. Ou neopentecostal como preferem alguns e ainda me dizem que isso aqui é um país laico! Vai sonhando.

De nada adianta ficar flanando pelo planeta as expensas do dinheiro do contribuinte e parlamentando com personalidades globais apenas para ficar chovendo no molhado. A literatura sobre drogas é vasta e variada e engloba desde os êxtases Dionisíacos ou mesmo a conversão de água em vinho da antiguidade até as picadas barra pesada de “Almoço Nu” & “Pico na Veia”. Só que as autoridades preferem taxar tais obras como obscenas e fica tudo por isso mesmo. Testemunhos de vida jogados na vala comum por terem uma “linguagem brutal”. Linguagem brutal, cara pálida? O tráfico assim como as megacorporações são mais brutais que alguns palavrões escritos na página de um livro. A fome e o preconceito ainda existem e nada melhor que fuzilar alguns maconheiros num morro qualquer do Rio para manter o “cidadão de bem” informado & de barriga cheia & e a mente pipocando de conceitos inverídicos e de mitos urbanos mal contados. Como aquela balela de que a maconha leva a drogas mais pesadas. O que leva a isso nada mais é que o comércio desordenado e criminoso. “Polícia Pacificadora” é eufemismo para deixar explicito que o tráfico mudou de mãos e que agora a “bola da vez” não será mais a erva e a cocaína e sim o crack e seu efeito devastador. De que o Sul será invadido por tudo que conseguir cruzar as fronteiras dos estados. Que não faltara ganja por aqui nos verões, e isso é bom sinal. E em princípio as autoridades ao redor do mundo queriam ver certas plantas naturais extintas na face do planeta! Desde a China de mais de dez mil anos atrás se consumia marofa, porra! Nenhuma morte constatada pelo uso da substância e até em Israel já se fuma medicinalmente com comprovados alívios das dores, vômitos e mal estar resultantes das seções de quimioterapia. Os infectados pelo vírus HIV utilizam para abrir o apetite. Provado e comprovado cientificamente que a erva possui menos efeitos danosos que qualquer substância licita ou não. A argumentação do nosso ex-presidente é vazia e deslavadamente oportunista. E uma pergunta simples me ocorre nesse momento. Porque essas providências de regulamentação ou legalização não foram tomadas em seus desastrosos mandatos repletos de vis privatizações, de dívida externa no vermelho, de abandono de setores como o ferroviário e o naval e outras falcatruas que não caberiam ser mencionadas no espaço destinado para esse texto. Seu predecessor Senhor Cardoso pelo menos discriminou um pouquinho a barra para o lado do pobre usuário que em 70 por cento dos casos é gente honesta, estudante e trabalho que adoram curtir seu baseadinho depois do expediente e antes da primeira cervejinha gelada no prosaico balcão de seu botequim preferido ou no aconchego de seu lar. Mas essa lei ainda é dúbia e falha. Não especifica o que é “pequena quantidade” e os obtusos juízes e desembargadores pelo país afora continuam colocando gente dependente atrás das grades, e a polícia continua lucrando suas propinas achacando o primeiro viciado que lhes cai nas mãos. Nem preciso mencionar trechos do excelente ensaio de Charles Bukowski intitulado o “Grande Rebu da Maconha” aqui. Se alguém se interessar procure pelo livro “Fabulário Geral do Delírio Cotidiano”, disponível até em formato de bolso para editora gaúcha L&PM (quero o meu de merchandising, valeu?). E esse texto é de 1970! Em 1968, Jimi Hendrix já dizia que erva seria legalizada em cinco ou dez anos. Ele realmente era um grande sonhador! Quem lucra com essa clandestinidade? Lendo a longa entrevista do Senhor Cardoso na revista Trip mostra exatamente uma pessoa que do alto dos seus 80 anos ainda não tem maturidade suficiente para se desvencilhar de seus erros egocêntricos do passado e também acho que esse cidadão não seja a pessoa indicada para levantar essa bandeira de “Regularização”. Afinal, esse sempre foi homem do PSDB que mantém em suas hostes pessoas que ainda se utilizam de instrumentos medievais de expiação atada na altura de suas coxas e professam abertamente a Opus Dei. “Entusiastas Da Privatização Selvagem” que transformou a telefonia e a banda larga brasileira na pior e mais cara do mundo. Quem é o FHC na ordem do dia para proferir tantas palavras que nada mais são que reiterada repetição de fatos consumados e corroborados? Quem é esse senhor para bancar o “paladino da lei e da ordem, o libertário das questões de drogas”? E não custa lembrar aqui que durante a sua gestão a banda carioca Planet Hemp (do hoje vendido Marcelo D2) estava no auge do sucesso e foi duramente perseguida por prisões arbitrárias por “desacato à autoridade” enquanto eles apenas estavam reagindo aos maus tratos de toda uma vida da melhor forma possível. Com música & arte!

Sempre paira a sanha de perguntar: -“Senhor Cardoso, qual de seus netos ou bisnetos foi recentemente introduzido na nobre arte de puxar fumo”? “Porque o senhor repentinamente ficou condescendente com a marihuana e se em seus oito anos de governo houve uma enorme repressão policial contra os usuários contumazes ou esporádicos”? Certa noite eu entreouvi uma conversa de balcão de botequim que um dos interlocutores dizia que o senhor falou que não “tinha a época a mentalidade que tenho hoje”. E apenas por isso creio que as perguntas acima são deveras pertinentes.

Para não tomar o tempo dos leitores fieis e esporádicos dos meus escritos deixo aqui a minha solução: Legalizem Tudo! Jogo, lenocínio, drogadição. Porque corrupção já é arraigada na cultura do Brasil Varonil. E a “Criminologia Radical” ainda é exorcizada como um demônio nas universidades de Direito de norte a sul do país. O populacho continua votando errado para continuar a se vitimizar e sugar o máximo de auxílio governamental, o sistema de cotas alimenta cada dia mais o racismo. A homofobia continua sendo regra. A falta de vergonha nacional continua sendo a nossa atitude. A burrice e o cinismo continuam sendo aduladas com grandes virtudes. A educação foi sistematicamente desativa e destruída pelo regime militar e quando os “democráticos” chegaram os poder constatar que esse triste legado lhes era favorável e dele se aproveitam ao máximo. Liberem as fronteiras!O que esperar que uma nação colonizada por degredados e imperialistas fugidos de Portugal? Para terminar só gostaria de comentar com o senhor FHC: Saía de cena, amigo. Suas tentativas de retornar triunfalmente à politica são patéticas e canhestras. Fora que isso cheira a merda. Que tem cheiro de merda ninguém pode negar. “Maconheiro também é eleitor”. Essa foi outra constatação do óbvio que se depreende dos discursos desse oportunista.

Chega de escrever essa bosta.

A “beata” já estava preparada

Já almocei e agora vou fazer a digestão.

Acionei o meu isqueiro.

Acendi e puxei. Soltei. Mais fumaça.

Quer dar uma bola?

Curitiba, 06 de setembro de 2011 ( Semana da Pátria ), 12 graus celsius – inverno.

Geraldo Topera
Enviado por Geraldo Topera em 06/09/2011
Código do texto: T3203964
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