O pior inimigo

Queria ser desse tipo de gente que age mais do que pensa. Vive pelo momento. Dá-se por satisfeita. Mas o meu carpe diem nunca se sustenta. Desmorona na primeira noite em que olho para a parede e flutuo com o pensamento para analisar minha vida. É quando eu dou nome aos bois e determino o que não é meu sonho, não é ideal, não vale a pena. Dali para frente me torturo com frequência por manter comigo o que não me basta. Por isso, sinto um constante vazio que pode ser classificado de não-realização.

De tanto me estudar, dissecar meus defeitos e fraquezas, reavaliar meus passos, já dei sentido a todos os momentos da minha história, do céu ao inferno dos meus dias. E me castigo o suficiente por cada um dos meus erros. Nem ao menos posso justificar minhas próximas falhas por inocência, porque sempre sei o mal e o bem que condiciona minhas atitudes. Identifico minhas complexidades e armadilhas como ninguém. Daí, reconheço que meu maior inimigo sou eu.