“DIA DOS PAIS”

Amanhã se comemora o Dia dos Pais.

Quantos pais já se foram, partiram e aquela saudade machuca hoje, já antecipando as lágrimas de amanhã...

Hoje mesmo tem pai partindo naquela viagem sem volta, deixando atrás de si suas malas, seus despojos, suas lembranças.

Cada pai, cada época... cada pai, cada maneira de ser... cada pai, cada forma de expressão de amor... cada pai, uma idade...

Quando se fala em Dia dos Pais somente nos vem à lembrança os pais idosos, curvados num cabo de enxada de uma fazenda distante... mãos calosas, passos trôpegos...

Mas os pais de hoje são muito mais jovens!

Pais estudantes, pais que trabalham com computadores e toda a parafernália da vida moderna... pai que se veste igual ao filho...usa boné e tênis no pé...faz musculação e até balé...

Hoje me parece ser muito maior essa gama de pais que infestam esse mundo moderno, deixando para trás a imagem daquele pai sofrido e protótipo do líder familiar, que traz para casa o pão e o leite, pagos com o suor da lida diária.

Então esta página hoje é escrita em homenagem a todos os pais, sejam jovens ou idosos, trabalhem em todas as profissões possíveis, casados ou não, mas que carreguem em si o fato de ser pai na verdadeira origem da palavra.

Pai, genitor, progenitor ou ainda gerador, figura masculina que sempre foi considerada o esteio da família, o braço forte que protege o lar, o responsável pela criação e educação de seus rebentos.

Ontem mesmo, do terraço da minha casa, ao cair da tarde, pude observar um pai, ainda jovem, segurando a filhinha muito pequena pela mão. A ternura do quadro se fez magia na tarde quieta e meus pensamentos me falaram dessas mãos que amparam, dessas mãos que protegem, dessas mãos que mostram o caminho...

Falar em pai é falar desse pai presente, amigo, guia, protetor...

E o pai apenas gerador, aqueles que permitem que seus filhos sejam depositados em sacos de lixo, entulhos, jogados ao rio ou abandonados à própria sorte...

Aqueles que o conceber de um filho não tenha passado apenas de um momento de prazer, de uma noitada, da vitória e da conquista.

Quanta responsabilidade esse homem, cujo apelido agora é “pai”, há de carregar pela vida afora, pois se ele não foi a mão que carregou o saco plástico para a caçamba de lixo, foi ele que permitiu que outras mãos o fizessem.

Ele foi a mão que se escondeu ao chamado da paternidade!

Ele foi a mão que acariciou para mentir, que serviu apenas para o engodo e a farsa, fazendo vir ao mundo um pobrezinho abandonado à própria sorte, sem defesa, sem o apelo de um grito que fosse!

Nem os animais abandonam suas crias... apenas o homem é digno dessa façanha hedionda e vergonhosa!

Pobres pais...

Esses não devem sequer ser lembrados por um lapso de lembrança no dia de amanhã, ou melhor, talvez para eles, façamos um pedido ao Pai dos Pais: que Ele, em sua infinita misericórdia, se apiede de sua alma no dia do juízo final e que seus pequeninos abandonados não sejam seus próprios algozes!

Dia 22 de agosto: Dia do Escritor Louveirense.

Ademir Tasso
Enviado por Ademir Tasso em 10/09/2011
Código do texto: T3211107
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