“O CESTO DE LARANJAS”

Quando o casal Cléia e Lauro chegou em casa, naquela tarde, uma surpresa os aguardava.

No terraço, frente à porta de entrada, um cesto cheio de laranjas... lindas e maduras, perfumadas e apetitosas.

Cléia ficou surpresa. De quem seria? Quem teria nos dado tão lindo cesto de laranjas? E a memória se pôs a agitar-se.

Lauro olhou um pouco desconfiado, coçou o queixo e ainda titubeante, indeciso em sua certeza comentou:

-Eu acho que sei de onde são essas laranjas!

Cléia ficou curiosa. Será que sabia mesmo?

E enquanto carregavam para a cozinha o belíssimo presente misterioso, Lauro foi contando:

-Esse cheiro gostoso lembra minha infância, Cléia... Logo que vi esse cesto me pareceu reconhecer essas laranjas. Claro que não são as mesmas, mas tenho certeza absoluta que vieram das mesmas laranjeiras!

-Mas de onde, Lauro? – indagou a esposa.

-Da Fazenda Santa Cruz, lá em São Vicente de Minas!

-A fazenda da sua família? Agora adquirida por aquela família que conhecemos e que são pessoas tão maravilhosas?

E Lauro, com aquela pontinha de saudade:

-Sim, deles mesmo. Tenho certeza que nossos amigos nos trouxeram esse cesto de laranjas. Laranjas que me recordam minha infância lá na Fazenda Santa Cruz, em Minas.

E de fato, Lauro tinha razão.

O belíssimo cesto de perfumadas e apetitosas laranjas foi presente dos amigos Cação e Lucília, atuais proprietários da fazenda da família Vilela, em Minas Gerais.

Lauro passara sua infância naquela fazenda, de seus pais e por certo sempre se recordara dela, com uma pontinha de saudade a espetar seu peito. A mesma fora vendida depois de alguns anos e recentemente, por interferência desse misterioso senhor chamado Destino, os atuais donos fizeram amizade com a família Vilela.

Assim, como para se fortalecer a aliança amiga, trouxeram para a família Vilela aquele presente que demonstra, não apenas a nova amizade que se inicia, mas também o reconhecimento daquele pedaço de terra outrora cultivado e amado pelos seus proprietários.

Esse maravilhoso fato nos confirma que nossas vidas são pré-traçadas... nossos caminhos são cruzados... mais dia menos dia, num lugar qualquer deste mundo, você se cruza com alguém que já fez ou fará parte da sua jornada...

Nosso caminhar é constante...

E quando caminhamos com zelo, com retidão, com verdadeiro espírito de fraternidade, temos a certeza absoluta que seremos sempre lembrados com um sorriso e uma saudade!

Um simples cesto de laranjas maduras deixadas na porta de entrada da casa acendeu a saudade de um tempo passado... perdido na distância!

Dia 22 de agosto: Dia do Escritor Louveirense.

Ademir Tasso
Enviado por Ademir Tasso em 15/09/2011
Código do texto: T3220448
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