Eu defendo a tese..
Vícios de linguagem são uma merda, de repente a gente ta preso a um deles e não consegue se livrar tão cedo. Já tivemos tantos que já esqueci de alguns que saíram de moda. Vicio de linguagem vira moda, é um tipo de vírus de gripe que pega a gente e fica resistente a remédios, só o tempo pra curar. O vírus da moda ainda é o "vamos estar", se bem que ele tem perdido a virulência nos últimos meses.
 
Mais já tivemos; "ao nível de" e "eu defendo a tese".  Em conversa eu nunca usei o "vamos estar" e nem "ao nível de", mas me ferrei no "eu defendo a tese".  Foi virose das brabas o "eu defendo a tese" certa época da minha vida, isso lá nos anos oitenta. Aliais "virose" é o vicio de linguagem da moda entre a comunidade médica.
 
Eu estava em São Paulo em mil novecentos e oitenta e qualquer coisa para uma feira de maquinas e ferramentas. Eu e mais três colegas. Feiras e congressos em São Paulo não é brincadeira não, é coisa séria e vai gente de toda parte. Dependendo do evento vem gente até dos estrangeiro. Eu e colegas ficamos num hotel que eu nem vou falar o nome.

A coisa não foi bem gerenciada por quem devia cuidar de nossa estadia, então nos mandaram para o único hotel que tinha quarto disponível. Pá tu ter uma idéia nós quatro voltamos para o Rio com hospedes nos pentelhos. O banheiro era coletivo para os quartos do andar.
 
Numa noite paramos no posto para abastecer e lavar o carro. Enquanto o carro era lavado fomos para um bar do outro lado da rua. Rolou um bate papo com um estranho no bar, ele era de Minas e estava em sampa por causa da feira.  A gente tava discutindo um assunto polemico, o tipo que eu mais gosto, quando eu soltei o meu vicio de linguagem; "eu defendo a tese que"...
 
O homem me interrompeu e perguntou sem pestanejar que faculdade eu havia cursado. Eu disse sem pestanejar que nenhuma, ele disse que eu não podia defender teses porra nenhuma. Um dos meus colegas que tinha canudo saltou em minha defesa, chamou o homem de bundão, que era uma ofensa do ano oitenta e qualquer coisa, o homem não gostou de ser chamado de bundão, e o resultado disso foi registrado na delegacia do bairro.
 
Vicio de linguagem é uma merda, se eu não tivesse sido vitimado pelo vírus nada daquilo teria acontecido, a conversa mesmo sendo sobre tema polemico teria seguido seu curso normal sem xingamentos e sem porradaria. Caraca maluco, inda bem que não tenho mais vícios de linguagem.
 
 
 

22/09/2011 03:51 - adelina gomes
Eu não sei se palavrões obscenos são considerados vicios de linguagem,o fato é que eu sempre solto alguns "com nomes e sobrenomes"tudo a nivel do vocabulário dos caminhoneiros quando ajuntam-se em frotas ,eu sempre defendi a tese que quando a gente dá um trupicão, nós temos o direito de extrapolar a nossa raiva de qualquer maneira e chingar é uma delas, só assim vamos estar calminhos .Outra coisa que me chamou a atenção em sua crônica é a forma com que foram tratados os quatro amigos voltando prá casa com hospedeiros, isso realmente é muito chato essa falta de consideração! Abraço amigo da amiga Adelina
 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 21/09/2011
Reeditado em 23/09/2011
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