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Axé, Pop e Rock in Rio

A quarta edição do Rock in Rio no Brasil foi realmente um grande festival e, como era de se esperar, atraiu centenas de milhares de pessoas em sua primeira semana. Parece que seus idealizadores atingiram seus objetivos.

Particularmente, gosto muito dos festivais de música, gosto da diversidade e acho legal abrir espaço para bandas alternativas. Porém, é preciso ser um pouco mais cauteloso quanto à mistura de estilos musicais, principalmente se levarmos em consideração o nome do festival.

Sou totalmente a favor da diversidade, mas não consigo imaginar os roqueiros, principal público do evento, com seus cabelos compridos, suas calças jeans surradas, suas jaquetas de couro e todos os adornos que completam seu visual, cantando axé ou gritando o nome da Claudia Leite.

Se for para levar cantoras de axé ou de música pop como Katy Perry e Rihanna, deveriam mudar o nome do festival, talvez algo como For All in Rio, Festival Trident ou qualquer coisa parecida... Não tenho nada contra essas cantoras, até admiro o sucesso de público delas. Mas um festival que leva no nome a palavra rock, que atrai milhares de roqueiros de toda parte do mundo, de todas as idades e gerações e coloca uma loira linda dançando e cantando axé, é um tanto controverso.

O próprio rock tem estilos bem diferentes, como o Heavy Metal, o Hard Core, o Punk, o Pop Rock, o Indie Rock, sem falar do Blues que foi o precursor do rock and roll e de muitos outros.
Ainda bem que o rock foi bem representado pelos bons show de Red Hot Chili Pepers, Metalica, Sepultura, Motor Head, Slipknot, Guns N' Roses, Sistem of a Down e Evanescence. O rock nacional também contou com boas apresentações, como Titãs, Paralamas do Sucesso, Mutantes, Frejat e Capital Inicial, que apesar de não fazerem um rock tão bom assim nos dias de hoje, têm em seu passado um repertório digno do protesto que originou o rock and roll, como as músicas “Que país é esse”, “Polícia”, "Exagerado" e tantas outras que marcaram os anos 80 e que se mantém atuais, passados quase 30 anos.

No Brasil, temos o Tim Music Festival, Skol Sensation, Sonora Music Festival, SWU e muitos outros festivais que promovem a diversidade de estilos musicais, onde os mais diferentes músicos se misturam e compartilham o espaço quase harmoniosamente. Mas tratando-se de um festival de rock como o próprio nome diz, deveria limitar-se a trazer aquilo que seu público alvo realmente espera: o bom e velho rock and roll.