Se alguém nos pedir para nos descrevermos vamos ser muito benevolentes ou muito duros, isso vai depender de como cada um se vê.  No entanto, se formos descritos por amigos ou ini-migos, teremos uma diversidade de opiniões: algumas benevolentes e outras muito críticas.

Os orientais dizem que só se conhece uma pessoa  depois de comer um saco de arroz com ela e não é um saquinho, mas sim um saco  bem grande.

Na minha opinião não é necessário tanto. Basta a gente viajar com uma pessoa, ficar o dia todo com ela e, o pior, dormir ao lado dela.

Viajei com uma amiga que resolveu levar uma amiga. Eu só tinha visto essa pessoa uma vez e, da segunda vez, já foi no dia da viagem.

Era a viagem dos meus sonhos: Paris, Roma e Itália, mas virou um pesadelo!

Meus amigos, minha viagem à Europa poderia ter sido muito melhor, se eu pudesse dormir à noite. Isso era impossível. A mulher roncava mais que um porco. Eu acordava várias vezes durante a noite. Levantava cansada e com olheiras. Nos poucos momentos que conseguia dormir sonhava com guerra, bombardeio, explosão e outras coisas barulhentas.

No dia seguinte andava até não poder mais, pensando que, estando cansada, cairia na cama e não a escutaria. Ledo engano. O motor de um avião é pinto perto do ronco da moça.

Sei que a pessoa não ronca porque quer, mas, uma vez avi-sada do problema, deveria procurar um médico e resolver o problema e não se ofender quando a gente dá esse toque.

Quando comentei com algumas pessoas sobre o problema, logo me disseram: mas você foi viajar com uma pessoa que você não conhecia?

E quem foi que disse que mesmo que você conheça uma pessoa, mas nunca tenha dormido ao lado dela,  vai saber que ela ronca?

Por isso, desmanchando a teoria oriental, eu digo: para conhecer uma pessoa é necessário dormir ao lado dela ou melhor, passar a noite tentando.

Esse contratempo, no entanto, não invalidou a viagem. Vi coisas muito bonitas e ouvi as mais variadas línguas, uma vez que esses países estão repletos de turistas de todas as partes do mundo. Todos os dias parecia réveillon.

Adorei cada particularidade de cada lugar. O que mais me encantou foram os jardins cobertos de flores de Madrid e da Itália e os museus do Prado e do Louvre. Não deixei de jogar a minha moedinha na Fontana di Trevi e pedi que aquela moeda realizasse os desejos de todos os filhos, irmãos, pais e amigos.

De cada experiência que vivemos temos que aproveitar o que deu certo e, mais ainda, o que deu errado, a fim de não cair no mesmo erro novamente.

Afinal, “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”, como já disse o grande Fernando Pessoa.

edina bravo
Enviado por edina bravo em 21/10/2011
Reeditado em 06/02/2014
Código do texto: T3289715
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.