OLHOS (Reflexões feitas a partir da minha carta de amor rejeitada)

Olho ao redor e penso se tudo mudou, ou se fui que mudei.

Já havia escrito essa maravilhosa frase em algum outro memorando que não me memoro.

Creio que como em todas as minhas histórias fantasiosas, era uma vez, era sempre uma vez, a minha vida é feita de uma vez. Afinal, conviremos, uma vida, uma vez. A lógica preservada depois de um amor perdido, esta eu manterei para todo o sempre dos anos por vir.

Dizem os poetas que quanto mais alto você voa, mais alto quer voar, será o meu caso? Serei uma espécie de águia?

Quem sabe...a vida mostra, o mundo chega, o universo infinito de amor corre, corre, corre, o universo do tempo, corre, longe, vai, vai, acompanha quem pode. Quem não pode, estancou.

Hoje, ao correr em torno do meu tempo, eu penso para que vivo. Para que corro, numa corrida onde o final é a morte.

Como se resume o tempo? “O momento parece ter se partido em dois. De um lado, a saudade do que ficou pra trás, e para frente o desejo de conhecer novas terras.”.

O tempo pulsa, pulsa na vida, pulsa na veia, pulsa no corpo, pulsa na mente, me engole, me engloba, me deixa.

O tempo passa diante dos meus olhos, quero agarra-lo, quero deixar os dias estáticos. Não, não.

Aquele que permanece parado e calado se mantém robótico até o fim de seus determinados dias, aquele que se preserva, aquele se esconde, que se limita, que se castiga, ele não vive, e na morte, nada o consolará, nada antagonizará o mistério que nos cerca.

Ela passou do meu lado foi amor eu lhe falei.Onde está meu amor?Foi para a lua de Renato.

Respira, pois tudo o que vê, tudo que sente, é a verdade, é o que há, é o que vive, respira agora jovem, amanhã será velho.

Não perca tempo, não mate tempo, não mate, não esqueça. Viva, longe, longe mais, viva mais, mais longe, mas viva, viva.

Respira, ofega, busca, abra seus punhos, liberte sua mente, sua alma.

Amor, amor, onde? Onde amor, onde foi parar?

Você corre em busca do Sol, mas parece que tudo ficou pra trás, tudo é mesmo, tudo é exato. Agora falta pouco, pouco para o fim...da corrida não corrida.

Dizem as estrelas, que se não alcança-las a morte alcança, percorra, sonhe, sonhe livre, sonhe forte, sinta o sonho, viva o sonho, viva o sonho real.

A máscara por fim será de metal.Será de ferro e de aço. Será de nada, não será do amor.

Amor!

Olho em volta e penso se tudo mudou ou se fui eu quem mudei. Fui eu quem mudou, fui eu quem mudei.

Julex
Enviado por Julex em 27/12/2006
Código do texto: T329287