Esquecer nem sempre é bom!

Dizem que o tempo é um santo remédio para uma série de males que aflige a alma. O tempo ajuda a esquecer. De um modo geral, quando se passa por alguma decepção amorosa ou por algum trauma profundo, o tempo, sabiamente, encarrega-se de apagar, cicatrizar ou amenizar qualquer dor. Involuntariamente, o que gerava desconforto, por algum motivo especial vai parar no fundo de um baú em algum lugar de um porão escuro de sua mente. Mas (e quase sempre existe um “mas” no fim de tudo!), existem esquecimentos e “esquecimentos”!

Tem gente que tem uma dificuldade enorme em guardar determinadas informações na memória. Quando guardam, esquecem com a maior facilidade. Alguns, por mais que se esforcem, não são dados a guardar endereços. Outros marcam compromissos e acabam passando por tratantes, por não lembrar o que muitas vezes assumiram num curto espaço de tempo. Outros, ainda, esquecem datas extremamente importantes como aniversário da esposa ou da sogra, aniversário de casamento ou de namoro, datas mais comerciais como dia das mães, dia dos namorados, entre tantas outras.

É sabido que esses últimos modelos de esquecimento podem ser cruciais num relacionamento, principalmente se a parte afetada for do gênero feminino. Naturalmente e sem maiores esforços, o homem descobre que data é um item de extrema relevância na vida de uma mulher. Tão importante quanto um espelho, uma escova de cabelo, um batom ou qualquer outro item que ela carrega numa bolsa a tiracolo. Um deslize neste quesito pode significar uma crise conjugal comparada, apenas, ao estouro de uma manada agravado por uma TPM inesperada que, assim como carnaval, pode acontecer fora de época. Pode significar ainda, uma semana de cara emburrada com direito a noites sem fim dormindo no sofá até a poeira baixar.

Particularmente (e felizmente!), não tenho maiores problemas com datas ou com números, mas muito mais com nomes de pessoas. Mas essa, com toda certeza, é outra fonte de embaraços e constrangimentos. Quem já passou por isso, sabe como é que é. Você encontra um amigo, uma amiga ou uma pessoa conhecida com a qual conviveu durante algum tempo, é reconhecido, é chamado pelo seu próprio nome e na hora “H” dá aquele branco total! Mais branco do que qualquer detergente em pó pode prometer! Você não lembra o nome da criatura!

Nessas horas, você recorre a toda espécie de atributo para ganhar tempo, enquanto o nome do outro não vem à tona. Meu chapa, meu amigo, meu camarada... e vai esticando a baladeira até aonde a sua imaginação ajudar. Usa de todos os artifícios para contornar uma situação que parece incontornável, ainda mais quando o vento da lembrança não sopra a favor. Sem falar na enorme chance que você tem de não lembrar nem mesmo da fisionomia. E aquela velha pergunta fica martelando na sua cabeça, enquanto a conversa prossegue: meu Deus do céu, de onde é que eu conheço essa figura?! É quando você chega à conclusão de que esquecer nem sempre é bom!

Por essas e outras, tenho procurado adotar algumas técnicas que me possam ser úteis no momento da memorização dos nomes das pessoas! Algo simples ligado à associação, à repetição ou à recordação do momento exato em que nos conhecemos. Porque pior do que esquecer, acredito que só mesmo trocar o nome. Homens lidam com isso de forma mais tranquila. Mulheres não perdoam ou demoram a fazê-lo. E se a vítima for seu par, o evento tem uma grande probabilidade de sair da categoria de puro esquecimento e ser elevado à categoria de ato falho grave. Aí, então... melhor mesmo uma boa morte.

Mano Kleber
Enviado por Mano Kleber em 25/10/2011
Reeditado em 26/10/2012
Código do texto: T3297693
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.