“Olinda,cidade heróica
Monumento secular
Das  velhas gerações...”
               (canção antiga)
Ao chegar no Alto da Sé  é difícil não exclamar como   Duarte Coelho,primeiro donatário:
-Oh,linda  situação para se construir uma vila...
Quinhentos anos depois ela continua  linda.E,eterna!
Apaixonado,o fidalgo fez de tudo pela menina Olinda.Construiu engenhos,desenvolveu a agricultura,desenvolveu um livro de Tombo e a tornou vila.Construiu num  prédio doado pelo primeiro Bispo de Olinda,a casa da  Câmara do Senado,depois palácio episcopal,que ainda existe e pude visitá-lo.
Olinda foi sede do governo de Pernambuco ,porém,devido á localização  ideal para defesa, foi incendiada pelos holandeses que a ocuparam e a capital foi transferida para Recife.
Considerada pela UNESCO Patrimônio Cultural da Humanidade,Olinda é uma cidade cultural e um núcleo estudantil.Desde 2010  hospeda a FLIPORTO,festa da Literatura,em Pernambuco.
Povo festeiro pela própria natureza,o Carnaval de Olinda é famoso,com seus bonecos gigantes,seus cordões e mascarados.
Comecei meu passeio pela parte alta,o Centro Histórico,com seu casario colonial,suas igrejas centenárias e parando para apreciar seu artesanato deslumbrante.Parei nas barraquinhas de comida,posei com violeiros e cantadores,entrei nas igrejas e ,do alto,vislumbrei a casa de Mauricio de Nassau.
Na Sé de Olinda pude ver um velho sino todo em bronze,cujo peso,(duas toneladas ) e tamanho me deixou impressionada.
Imagens barrocas ,como a de Nossa Senhora das Dores e de São Miguel,chamam a atenção pela beleza e antiguidade,mesmo para quem vem de Salvador,com suas 365 igrejas,uma para cada dia do ano.
Sentar no alto do morro e olhar a paisagem desta cidade verdemar;imaginar a vida naqueles tempos,os sustos ,as lutas e os poucos momentos de lazer,tendo as igrejas como única distração.
Gosto das cidades antigas ,das velhas casas pejadas de lembranças ,da sensação de pisar o mesmo chão que os heróis do passado e as sinhazinhas também pisaram.
Gosto de imaginar  estórias,relembrar fatos estudados,a luta de Matias de Albuquerque contra os holandeses,sua força inquebrantável.
E os sermões de Dom Marcos Teixeira exortando o povo para a luta:
-“De Olinda a Holanda,há uma simples troca de letras...”
O que seria do escritor se não fosse a imaginação.
Ao ver um gringo muito alto e muito louro,munido de uma câmera com a qual,avidamente, fotografava tudo,o imaginei holandês e resmungando  baixinho  com seus botões:
-Raio de gente incompetente esses meus antepassados.Tinham as armas,tinham os navios,tinham o dinheiro e,mesmo assim se deixaram derrotar.
Klootzak!
 
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 26/10/2011
Código do texto: T3299065
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