Península Ibérica na Sagrada Escritura

Península Ibérica na Sagrada Escritura

TÁRSIS

Etimologia – Tarshish – refinaria - palavra hebraica. Tarshiem – refinaria – palavra aramaica. Nome de lugar dado pelos hebreus (em hebraico e aramaico) possivelmente em algum local próximo da Sardenha, na Península Ibérica. Muitos estudiosos seguem a opinião de W.F. Albright, (pesquisador Inglês, exegeta bíblico e arqueólogo) segundo o qual tarshish é um empréstimo fenício que significa “refinaria”, local onde é fundido e refinado o metal. E o nome de Tarshish foi apelidado na Península Ibérica pelos hebreus. Ou seja, eles apelidaram a ilha que beneficiava os metais preciosos e trocavam em espécies com eles, os hebreus. Esta etimologia é importante para a localização de Társis. Uma região que descende de Jafé (diferente de Iahweh – Javé = que é) ou filho de Javã (diferente de Iahwah – Javá = que foi). Gn 10,4; 1Cr 1,7. Os habitantes de Tiro no período de Davi, rei de Israel, são convidados pelo profeta Isaías (2º Isaías) a fugirem para Társis, Is 23,6. O Profeta Ezequiel, já no final do reinado de Salomão, menciona os comerciantes de Israel e enumera seus artigos de luxo conquistados em Társis, tanto quanto os metais preciosos. Os navios vão para Társis pelo mar vermelho e pelo Mediterrâneo. Ou seja, navios vindos das partes baixas de Israel e da costa Mediterrânea.

Társis foi muito tempo identificada com a clássica Tartessos na costa atlântica da Espanha, também conhecida como fim do mundo, mais precisamente, Guadalquivir, ao norte de Cadiz. Mas pouco provável, o mais provável seja numa das Ilhas próximas da Sardenha, ainda no Mediterrâneo. O nome também ocorre num texto de Asaradon da Assíria e na inscrição fenícia do século IX aC. Proveniente da Sardenha.

O nome de Társis pode se referir a vários lugares. Pois para os hebreus, a idéia de ir para Társis, era na realidade ir em direção ao Ocidente até chegar ao grande mar. Ou seja, ao fim da terra. Navios de Társis eram muito reforçados, pois enfrentavam tempestades em alto mar. E eram preparados para chegarem aos povos iberos, assim mensiconam: Flavio Josefo, historiador do período 50 aC a 20 dC. e Albright, mais recentemente.

O uso bíblico, como consta abaixo, do nome de Társis, indica que em uma das ilhas próximas da Sardenha foi dado este nome por antonomásia de Társis, mas não se sabe ao certo qual seria. O que se sabe é a presença constante de representantes da dinastia hebraica nessa Ilha apelidada de Társis, para os carregamentos de metais preciosos que eram levados para Israel.

27 vezes são citados os nomes de Társis.

SALMO 72 (71) *

A autoridade que o povo quer

1* De Salomão. Ó Deus, confia o teu julgamento ao rei e a tua justiça ao filho do rei.

2 Que ele governe teu povo com justiça, e teus pobres conforme o direito.

O direito hebreu dizia que o pobre nasceu para ser servidor de Javé, ou seja, do rei, uma vez que o rei era um representante de Javé.

3 Que os montes tragam a paz, e as colinas a justiça.

Montes = Profetas, estavam sempre acima do povo comum. Colinas = Rei.

4 Que ele defenda os pobres do povo, salve os filhos do indigente e esmague os seus opressores. Opressores = os povos que seriam dominados pela monarquia.

5* Que ele dure como o sol e a lua, de geração em geração.

6 Que ele desça como chuva sobre a erva, como chuvisco que irriga a terra.

7 Que em seus dias floresça a justiça e muita paz até o fim das luas.

8 Que ele domine de mar a mar, do Grande Rio até os confins da terra

Navegação livre pelo Mediterrâneo e passagem livre para o outro lado do Nilo e até à Península Ibérica.

9* Que seus rivais se inclinem diante dele, e seus inimigos lambam o pó.

Rivais = Os reis do Egito, todo Norte da África e Ilhas Gregas, lembrando que tanto Davi, quanto Salomão não tinham interesse de ampliar território, mas trazer as riquezas de outros reinos para Israel.

10 Que os reis de Társis e das ilhas lhe paguem tributos.

Társis – Região Ibérica e Ilhas = Ilhas Gregas

Que os reis de Sabá e Seba lhe ofereçam seus dons.

Sabá e Sebas = Região Norte da África

11 Que todos os reis se prostrem diante dele, e as nações todas o sirvam!

2Crônicas, 9-21

Fascínio que hipnotiza -* 13 O ouro que Salomão recebia anualmente era de vinte e três mil e trezentos quilos, 14 sem contar o que recebia como tributo dos mercadores e do lucro dos comerciantes. Além disso, todos os reis da Arábia e todos os governadores do país também traziam ouro e prata para Salomão.(por serem ameaçados de invasão) 15 O rei Salomão fez duzentos escudos grandes de ouro batido, gastando seis quilos e meio em cada escudo, 16 trezentos escudos pequenos de ouro batido, gastando em cada um deles três quilos de ouro, e os colocou no salão chamado Floresta do Líbano. 17 O rei fez também um grande trono de marfim,(lembrando que a escultura em Marfim já vinha pronta) e o recobriu de ouro puro. 18 O trono tinha seis degraus e um estrado de ouro, fixos no trono; tinha braços de um lado e outro do assento, com dois leões em pé, junto aos braços. 19 Doze leões estavam colocados de cada lado dos seis degraus. Nunca se havia feito coisa igual em nenhum outro reino.

20 Todas as taças que o rei Salomão usava para beber eram de ouro, e era também de ouro puro toda a baixela do salão da Floresta do Líbano, porque no tempo de Salomão a prata não tinha valor. 21 De fato, o rei tinha uma frota de navios que ia a Társis com os funcionários de Hiram. A cada três anos, os navios voltavam de Társis carregados de ouro, prata, marfim, macacos e pavões. (Lembrando que o ponto de carregamento em Tarsis, segundo Flávio Josefo, era nas Ilhas próximas a Ilha da Sardenha)

22 E o rei Salomão superou em riqueza e sabedoria todos os reis da terra. 23 Todos os reis do mundo queriam ser recebidos por Salomão, para aprender a sabedoria que Deus lhe tinha dado. 24 E todos os anos, cada um deles trazia, como presente, objetos de prata e ouro, mantas, armas e aromas, cavalos e mulas.

Aparato militar -* 25 Salomão tinha em seus estábulos quatro mil cavalos de tração, carros, e doze mil cavalos de montaria. Colocou tudo nas cidades dos carros e junto do rei em Jerusalém. 26 O domínio do seu reino ia desde o rio Eufrates até a terra dos filisteus e a fronteira com o Egito. 27 O rei fez com que a prata fosse tão comum em Jerusalém quanto as pedras, e os cedros como os sicômoros da Planície. 28 Os cavalos de Salomão eram importados do Egito e de outros países.

REINO DE JOSAFÁ 870-848 aC

31 Josafá reinou em Judá. Tinha trinta e cinco anos quando subiu ao trono. E reinou vinte e cinco anos em Jerusalém. O nome de sua mãe era Azuba, filha de Selaqui. 32 Josafá se comportou como seu pai Asa, e não se desviou, fez o que Javé aprova. 33 Os lugares altos não foram eliminados, e o povo não foi fiel ao Deus de seus antepassados.

34 O resto da história de Josafá, do começo ao fim, está escrito na História de Jeú, filho de Hanani, incluída no Livro dos Reis de Israel.

35 Josafá, rei de Judá, aliou-se com Ocozias, rei de Israel, que o levou a praticar o mal. 36 Aliou-se com ele para construir navios que fossem a Társis, e os construíram em Asiongaber. (Esse local fica na Ilha dos Gálatas) 37 Então o profeta Eliezer, filho de Dodias, da cidade de Maresa, profetizou assim contra Josafá: «Dado que você fez aliança com Ocozias, Javé destruirá o que você está fazendo». De fato, os navios naufragaram e não puderam seguir para Társis. (Esse naufrágio aconteceu devido os navios dos Sírios terem interceptado a frota de Josafá, segundo Flávio Josefo).

PROFETA EZEQUIEL, 27, 1-25 O Profeta exilado na Babilônia, faz uma reeleitura do Reinado de Davi há mais de 100 anos passados.

Tiro: naufrágio da sociedade consumista -* 1 Recebi de Javé a seguinte mensagem: 2 «Criatura humana, entoe uma lamentação sobre Tiro. 3 Diga a Tiro, que está situada à beira-mar e que faz comércio com povos e numerosas ilhas: Assim diz o Senhor Javé: Tiro, você dizia: ‘Eu sou um navio de beleza perfeita!’ 4 O coração do mar (Tarsis) era o seu território e seus construtores capricharam em sua beleza. 5 Fizeram com pinho de Sanir o seu madeiramento e com cedros do Líbano fizeram seus mastros. 6 Fabricaram seus remos com carvalhos de Basã. Seu convés era de marfim, incrustado em madeira de cipreste trazida das ilhas de Cetim. 7 Suas velas eram de linho bordado do Egito, formando sua bandeira. Sua cobertura era de púrpura e escarlate das ilhas de Elisa. 8 Cidadãos de Sidônia e Arvad eram os seus remadores. Os sábios de Tiro eram seus pilotos. 9 Os anciãos de Gebal e seus sábios estavam com você para consertar seus estragos.

Todos os navios do mar e seus marinheiros faziam comércio com você.(comércio do Mediterrâneo). 10 Persas, lídios e líbios eram guerreiros do seu exército: penduravam seus escudos e capacetes em você, e lhe garantiam a força. (o exército de Davi era terceirizado, acredita-se ser o primeiro rei a usar o método de terceirização na história da humanidade).11 Os de Arvad com seu exército ficavam ao redor de suas muralhas. Os gamadeus lhe vigiavam as torres e penduravam seus escudos ao longo das muralhas, coroando-lhe a beleza. 12 Társis era seu freguês por causa das riquezas que você possuía; trocavam prata, ferro, estanho e chumbo por suas mercadorias. 13 Javã, Tubal e Mosoc negociavam com você, trocando escravos e objetos de bronze por mantimentos. 14 De Bet-Togorma traziam cavalos, corcéis e jumentos. 15 Os dadanitas negociavam com você. Muitas ilhas eram suas clientes, trazendo marfim e ébano como tributo. 16 Edom era seu freguês por causa da variedade de seus produtos; em troca, trazia turquesa, púrpura escarlate, linho, coral e rubis. 17 Judá e o país de Israel também negociavam com você, fornecendo trigo de Minit, perfumes, mel, azeite e bálsamo. 18 Também Damasco era sua cliente, por causa da riqueza que você possuía e pela variedade de suas mercadorias; em troca, trazia vinho de Helbon e lã de Saar. 19 Dã e Javã forneciam de Uzal ferro trabalhado, cássia e cana aromática, em troca de suas mercadorias. 20 Dadã negociava artigos de montaria. 21 Também a Arábia e os xeiques de Cedar eram seus clientes, negociando com você cordeiros, carneiros e cabritos. 22 Os comerciantes de Sabá e de Reema também negociavam com você, fornecendo toda espécie de perfumes, pedras preciosas e ouro, em troca de suas mercadorias. 23 Harã, Quene e Éden, os comerciantes de Sabá, da Assíria e de Quelmad, negociavam com você. 24 No seu mercado, eles trabalhavam com tecidos caros: mantos de púrpura, bordados, tapetes coloridos e cordas retorcidas e fortes. 25 Os navios de Társis transportavam as mercadorias de você. Navios de Társis aqui são os seu próprios navios que iam à Társis.

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 28/10/2011
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