Antes de iniciar meu artigo quero registrar que você vai ler a minha visão particular como Espírita e praticante há 42 anos, mas respeitando irmãos de outras doutrinas religiosas, pois cada religião possui rituais  e dogmas, os quais são indiscutíveis.

A Doutrina Espírita nos mostra que somos Espíritos eternos e imortais. Quando encarnados, temos o corpo físico, o corpo espiritual (o perispírito) e o Espírito. Quando desencarnados, temos o corpo espiritual e o Espírito, onde a vontade, a inteligência, as emoções, residem. Desta forma, o que existe é a morte do corpo físico ou da roupagem gasta que nos foi destinada para cumprir a jornada na terra, o Espírito é eterno e imortal. Quando ocorre a morte física, o espírito faz uma passagem para o plano espiritual, onde inicia seu processo de cura até receber nova missão.
A falta de espiritualização e do entendimento do que é a morte do homem, enquanto possui sua vida, ocasiona ao espírito que lhe habita, um desligamento de forma muito sofrida, sem aceitação, o mantendo preso ao orbe terrestre. Sempre existe um período de adaptação nesta transição, mas para aqueles que acreditam que a vida biológica tem seu início e fim de ciclos, o sofrimento tem uma duração mais curta, pois está acompanhado da resignação.
O homem em sua caminhada usa em excesso a palavra “meu”, “minha”, de forma errônea, pois aqui não somos proprietários de nada, tudo nos é ofertado como empréstimo para que nosso Livre Arbítrio seja exercido. Esta deve ser a primeira conscientização do homem para que sua existência possa ser bem conduzida e valorizada, entendendo que o que nos é emprestado um dia terá que ser devolvido com um relatório de uso. A ferramenta para o bom uso está na fé que o homem escolheu por missão ou opção, pois nem sempre o homem escolhe a de missão.
Dia de Finados é apenas uma data, mas não existe hora e nem datas pré-fixadas para lembrar os que já partiram e, a constância da oração deve ser mantida, para que a prece, feita sempre de coração, possa ser o bálsamo de luz, tanto para aqueles que estão em condição de sofrimento ou perturbação ou para aqueles lúcidos de sua realidade espiritual.
Quando a saudade se acentuar lembre que aquele que partiu já cumpriu seu Karma e, nós o ajudamos a fazer sua jornada, ao devolvê-los para Deus, os entregamos ao Pai e quem está junto do Pai está sempre protegido e abençoado, até porque a Luz Divina é sábia em seus desígnios.
Cultue seus mortos de acordo com seu universo íntimo, pois cada ritual é único e peculiar e só você sabe como agradar este espírito que partilhou de sua caminhada. Seja qual for seu segmento de fé que a lembrança dos que partiram não entristeça seu coração, pois a progressão espiritual destas Almas depende de como você lida com a sensação da perda.

verita
Enviado por verita em 02/11/2011
Reeditado em 02/11/2011
Código do texto: T3312067
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