...PARA QUE ENTÃO, ESSA DANÇA DO ÓDIO?...

De onde vem toda essa onda de ódio? De onde vem toda essa ignorância? Ultimamente tudo vira piada, de declarações infelizes à agressões físicas exibidas em videos digitais em jornais erroneamente chamados de nobres. Cada vez mais me sinto excluído do universo que me cerca, universo que faz da violência geral espetáculos que movimentam fortunas imensas, e estar alheio a todo esse sangue ou dor psicológica que diariamente é explorada não faz com que eu me sinta menor, estranho ou diferente. Quem será o próximo a levar um tombo? O próximo a ficar exposto às cusparadas de bocas repletas de ódio? Impunidade talvez seja o reprodutor de fobias modernas, e não há o que reclamar quando todo esse lixo vier parar no nosso portão. O professor apanha na escola e o agressor ganha notoriedade com a justificativa de que estão cobrindo a "história". Violência gera violência gera audiência de um publico adaptado e faminto por novas vítimas como se todos não passassem de zumbis, ou vampiros da mídia, atrás de novas polêmicas frescas, servidas em diversas áreas que a comunicação consegue chegar. Há tantos sorrisos ao meu redor, e essa felicidade agressiva de dentes que rasgam o bom senso e dilaceram a liberdade alheia, transformam o Sol que brilha tão distante em uma espécie de luz fria e direcionada sobre eventos cruéis que ocorrem em qualquer lugar de qualquer cidade de qualquer estado de qualquer pequeno universo trancado a sete chaves no escuro silencioso do quarto que não se abre mais. Houve um tempo em que as piadas só faziam sorrir, e também houve um tempo em que a dança era um dos melhores momentos para se iniciar o amor. Conseguimos deixar que banalizassem a beleza, a gentileza e a vida.