DESORDEM ESPIRITUAL.

Não estamos treinados para a ordem. A singela educação formal, inoperante para a vastidão complexa do homem, não o treina para acompanhar e entender o curso da vida, seus ciclos e ocorrências.

Nosso maior valor não é a vida, embora este bem seja o mais protegido pela lei, mas a liberdade. Vida sem liberdade não é vida, é sua caricatura. E essa liberdade, garantida em todas as cartas políticas das nações civilizadas, busca outro bem que incorpora imaterialidade sendo relativo; a felicidade.

Sob este prisma nasce a desordem espiritual. Todos querem a felicidade, tão distante por motivo simples, nunca basta o que se alcança.

Para uns a felicidade é fama, que traria bens, para outros só bens, outros a encontram no despojamento. Estes estão treinados, pouquíssimos. Estão longe da dor e da ambição que não traz nunca a felicidade, mas seu contrário.

São só os contemplativos que entendem, depois de muita interiorização, nossa passagem e seus alcances, enfim, a real dimensão do que seja felicidade, suas latitude e longitude.

A desordem começa no Estado, criado pelo homem para harmonizar, e acaba nas pessoas, fim último da harmonia não protagonizada.

Reformar a pessoa, que criou o Estado para seu salvacionismo pessoal, moral e espiritual, felicidade enfim, é onda que vai e volta na praia, infinita e permanente.

A desordem , mostra a filosofia, prevalece sempre, ainda que a maioria da humanidade, sob rédeas e freios, APARENTEMENTE, destaque-se, caminhe na ordem.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 11/11/2011
Reeditado em 11/11/2011
Código do texto: T3330499
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