País surreal
Esther Ribeiro Gomes
Lena e Leonel, meus amigos do Recanto, escreveram sobre a indignidade que assola nosso lindo e pobre país, afundado em corrupção e mentiras de políticos caras de pau que deveriam hidratar o rosto com óleo de peroba!
Subestimam nossa inteligência ao negar evidências e agarram-se ao tênue fio que ainda os sustenta, com medo de perder a boquinha do dinheiro público desviado para suas meias e cuecas...
Nesse circo de horrores a desfilar frente às nossas caras incrédulas,
somos os palhaços a assistir, indignados, esse triste espetáculo que se repete, incentivado pela impunidade!
Oferecem-nos pão e circo e nosso país só vai mudar quando o povo se conscientizar que é preciso mais pão e menos circo, que essa mudança está em nossas mãos pela única arma que dispomos:
o voto consciente!
É preciso aprender a nos indignar, exigir nossos direitos de cidadãos que somos e não apenas pagar impostos exorbitantes de primeiro mundo, com pouquíssimo retorno.
‘Não deixar a vida nos levar’ como diz a canção e não nos iludir com as migalhas oferecidas, disfarçadas pelo ópio dos tambores carnavalescos e pela construção de estádios nababescos para sediar a copa do mundo (nada contra o carnaval e o futebol, mas existem prioridades), enquanto muitos morrem nas filas do SUS e por balas perdidas, nessa violência que cresce assustadoramente!
Enquanto este país for surreal, resta-nos oferecer nosso tijolinho de solidariedade para ajudar a construir, num dia não muito distante,
um edifício pleno de cidadania e justiça social, seguindo o que disse Madre Teresa de Calcutá: ‘O que eu faço é uma gota no meio do oceano, mas sem ela, o oceano será menor’...