A AUTÓPSIA (Aleixenko Oitavo)

A AUTÓPSIA

{($ Necessariamente ninguém tem a obrigação

de ler e gostar deste texto; no entanto por ser

um ato de loucura... os loucos se beijam. $)}

O que aconteceu a seguir, muitos anos depois alunos e professores tentavam entender. Um paciente, do hospital municipal apareceu com bisturi na mão, pegou o primeiro cordeiro que viu pela frente, abateu-o e passou a esfolá-lo. O coitado ficou peladinho, ou seja, lá se foi seu couro cabeludo. Um professor de geografia, ao ver o cordeiro com os órgãos internos expostos, chamou a atenção do povaréu e explicava:

- Essa peça aqui é o estômago, aquela ali é o fígado, estas espirais são os intestinos, ligando temos esta artéria, também este nervo pequeno aqui... Parece que é o bilau.

Naquela época ainda não se estudava anatomia animal, quem andava de jaleco branco era (normal) só para impressionar. Mas se tivesse chance embalsamava o primeiro que desse mole.

Após duas horas de aula de anatomia, na geografia daquele corpo foi que vieram, a saber, que o referido era o PSICOMÉLICO. Se tem um morto, tem se uma viúva.

Autópsia concluída; levaram-no para um tanque com um liquido denominado formol. E ali ficou à disposição dos alunos para as próximas aulas.

A essa altura, DOIDIVÂNIA, agora viúva, já estava no céu dos cordeiros.

Não gostou daquele céu. Lá comiam as virgens no almoço; e, os testículos dos masturbadores eram jogados para hienas, que riam e falavam mal dos anjos e do chefe da repartição.

Assim mais um dia se foi. Na terceira noite depois da autópsia do paciente, “ELA” notou que sua cegueira psíquica; estava curada.

Haviam inventado que “ELA” amava; mas depois de sete estupros poderia se tornar até jantar para as baratas, nada importava... Momentaneamente luxúria, ganância, falta de perspectiva... Agora sabia! Estava com o remédio bem escondido no bolso. Ergueu o pescoço, jogou a cabeça para o lado e conjecturou: “os colegas que aguardassem”! Seu remédio infalível era a sorte congelada no palito.

Poderia até praticar rapel, transar com um gafanhoto, ler bula de homeopatia, jogar dados com uma centopéia... Sentia-se uma imortal imoral.

O máximo que poderia fazer para disfarçar e não dar bandeira seria usar óculos verde-escuro, colocar um bigode postiço, por espuma entre o corpo e as roupas para parecer gorda. Mas se estes preservativos não resolvessem... Foda-se!

Haviam lhe aplicado hormônios, ao que parece; um novo remédio homeopárico e folclórico para os Gorobixabenses: maceração de hortelã.

Aquele farmacêutico sempre foi um cara carismático, nunca deixou ninguém morrer à míngua, não seria o primeiro a morrer de fome. ZERO! Ele, apesar dos cascos e dos chifres, tinha um baita coração, abriria as portas do inferno para qualquer freguês.

Não tinha inimigos, mas alguns invejosos queriam que ele, LÚCIFER pendurasse as chuteiras. Até que tinha pensado numas férias, curtas, um zilhão de anos. Só mascando hortelã.

E as almas dos mortos que esperassem pelo veredicto do IML. Saber quem é quem não é obrigação de nenhuma repartição do inferno.

(outubro/2010)

Por ALEIXENKO OITAVO, Primeiro Ministro do Reino de Gorobixaba

Corte de Gorobixaba
Enviado por Corte de Gorobixaba em 23/11/2011
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