Um Canário

Certo dia um canário apareceu, no quintal de casa.

Encontrei-o escondido, num cômodo. Assustado, machucado.

Jogaram-no por sobre um muro alto. Uns três metros de altura.

Tinha sangue próximo ao bico e uma pata defeituosa.

Deixei-o livre para que voasse. Nunca gostei de pássaros em gaiolas. Não voou.

Andava pelos cantos das paredes, escondendo-se.

Fui orientado, a colocá-lo em uma gaiola, ou poderia ser morto: Um rato, ou gato, ou outro animal.

Muito a contra gosto. Comprei uma gaiola, muito feia, não existe gaiola bonita, nem de ouro.

Era doente. Não cantava, só sofria.

Procurei dar a ele o que foi possível, alimentação, água, gaiola limpa. Só não podia dar-lhe a liberdade. Ele não sabia voar, tiraram-lhe esta habilidade.

Queria-o livre, mas humanos através de aprisionamento tolheram da espécie a capacidade de sobrevivência na natureza.

A cada dia sua saúde se deteriorava.

Nesta noite tive um sonho.

Ele saiu da gaiola, voou até onde eu estava. Pousou na minha mão. Era todo colorido, parecia um beija-flor. Depois voou para longe, desapareceu, ganhou a liberdade.

Hoje pela manhã, estava morto, em sua, feia e horrível prisão, gaiola.

Cumpriu sua missão.

Voe agora com os anjos. Voe muito e quando estiver cansado, repouse no ombro de Deus que o ama e o deixa livre, para voar e enfeitar os céus. Deus se encanta com sua liberdade.

Irmãozinho... Perdão, perdão.

Antonio Fernando Ribeiro
Enviado por Antonio Fernando Ribeiro em 10/12/2011
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