Divagações...

Tácito, as palavras caem, uma a uma, e se esvaem com um simplismo sem fim.

É que o fim da tarde trás consigo alguns questionamentos que não cabem a eu explicar.

Não, que não me importe.

Não, que eu não queira indagar.

É que aprendi ao longo da vida, e com muito custo, que divagações vespertinas não te levam a lugar nenhum. A maioria dos problemas não requer uma solução imediata. Alguns destes, só precisam de uma boa noite de sono, para desaparecerem por completo. Quem sabe nos lembramos deles na manhã seguinte como uma leve memória sonhada? Ou até mesmo, quem sabe, nem nos lembremos mais...

As vezes, a importância que damos a certos problemas, é muito maior que o problema.

As vezes, as únicas certezas que temos, por mais errôneas que possam parecer, são de fato nossa única verdade. E a resposta pela qual procurávamos tão inocentemente.

Todos nós temos um deslumbramento estonteante em duvidar de nós mesmos, o tempo todo.

E não se envergonhe. As melhores manhãs são de fato, aquelas que você teve que perguntar a um amigo o que fez na noite anterior. Pois aí está o charme da vida, em viver de forma tão intensa e desesperada, sem se dar ao luxo de parar para perceber o que está acontecendo. E esquecer, nessa circunstância, é muito mais que uma relis e vergonhosa amnésia alcoólica. É a certeza de ter vivido de forma tão plena que seu corpo, mecanismo extremamente complexo, não foi hábil suficiente para acompanhá-lo.

Desafie-se todo dia.

Pelo menos uma vez ao dia, arrisque-se. Mesmo! Aposte todas as fixas. Se perder, você saberá que tentou, e de alguma forma isso será reconfortante. Agora se vencer, você saberá que tentar vale a pena, e a surpresa, porque ninguém duvida do seu potencial mais que você mesmo, te proporcionará tamanha felicidade... A qual nem consigo transcrever, mas você sabe expressar.

A felicidade de quem falavam os filósofos não era algo fixo; concreto; metódico. Tão pouco estava em mim... A felicidade sempre fora um nada de acontecimentos insignificantes, imperceptíveis, que te surpreenderam lá pelas tantas horas do dia e te fizeram dar aquele sorriso, ou derramar aquela lágrima. A felicidade, que todos buscamos, é tão insignificante e, de forma tão angustiante necessária, que me dá calafrios só de pensar.

Nos agarramos à felicidade, por que ela, por menor que seja, tem o hábito de afastar sentimentos aversivos, que nos assustam, que nos controlam. Claro que há exceções, e pessoas que se apegam a tais sentimentos como seu único escape. A elas, tais pessoas, minhas mais sinceras saudações e votos de respeito. Porque eu venero tais pessoas, as que sabem conviver com a solidão,com a desesperança e com seus próprios medos. Mesmo as que não sabem, mas se permitem tal proeza, são: Sem dúvida nenhuma! Os seres mais corajosos e encantadores que encontrei nesta vida.

Ter felicidade é fácil. Não ter felicidade, e ainda assim viver... Não é para os fracos.

Hudson Eygo
Enviado por Hudson Eygo em 14/12/2011
Reeditado em 15/12/2011
Código do texto: T3389217