Dos Natais idos e vividos


Abertura do Natal em Maceió 17/12/ 2011


Natal para as crianças da comunidade do entorno da sede do sindicato 21/12

Natal é todo dia. Basta abrir-se ao outro e à estrela que, acima das mazelas deste mundo, acende a esperança de um futuro melhor. Frei Beto


      Era a abertura oficial do Natal da cidade e o Sinteal Em Cantos juntamente com a Camerata Instrumental e as representações de mais sete coros regidos pelo Maestro Gustavo Campos Lima com quase cem coralistas, ocupavam o palco da praça multieventos.  Meu olhar buscou a platéia e vi crianças correndo e  seus pais atentos, preocupados  em acompanhá-los. Lembrei dos natais de minha infância e da linda lapinha da igreja que tanto me encantava e que seria capaz de ficar horas olhando aquela cena que traduzia a simplicidade e a beleza do nascimento de Jesus. Pena que a modernidade tenha subsumido a tradição das lapinhas!
      Enquanto entoávamos cânticos tradicionais do Natal, lembrei também do tempo que subia ao palco para dançar o pastoril, dança tradicional das festas natalinas em que se canta e dança em homenagem ao Deus Menino. Por anos fui a borboleta e, de roupinha verde, de asas e antenas prateadas,  era uma alegria participar daqueles momentos.O Natal tinha a pureza e  a singeleza daqueles cantos que pareciam hinos celestiais.
      Morando desde adolescente numa cidade, minha alma de menina da roça sempre se incomodou com esse Natal puramente comercial, vendido a qualquer preço e em qualquer lugar. Lamento porém que, em especial as crianças,  vivenciem apenas esse Natal superficial. A cobrança, quase exigência, do presente, a ida tumultuada ao comércio, aos shoppings, lição do consumo desenfreado incentivada  pela mídia e absorvida em sua maioria por pais e avós.
      Na contramão desse pensamento consumista, graças a Deus,  mesmo quando nos nossos Natais só havia motivo para chorar  minha família jamais deixou de se reunir para agradecer e celebrar a alegria de sermos uma família.Esse Natal sempre me bastou!
      Também este ano, desde o início de dezembro o Sinteal Em Cantos tem cumprido uma agenda de apresentações para saudar o Natal e louvar o  Deus Menino em diversos espaços e tenho feito um esforço enorme para cumprir parte dela, mas nem sempre os compromissos de trabalho permitem.  Além da atividade que já citei, destaco duas em especial que foi a celebração para as crianças da comunidade do entorno da sede do sindicato e uma apresentação numa casa de saúde e hospital psiquiátrico. Ver aquelas pessoas tão carentes de respeito e dignidade, ver a emoção dos familiares  lado a lado, cantando conosco me emocionou demais e agradeci pelo presente que foi participar de momentos assim.

         Nesse período em que tantos aproveitam para refletir qual o seu papel na construção de um mundo mais justo quero afirmar meu compromisso com a vida, com o bom e com o belo que essa mesma vida produz e se algum dia tiver que traduzir o espírito desse natal direi que é o natal do agradecimento, da alegria pelas pequenas coisas, da doação.
     Em retribuição  por tanta alegria, por tantas bênçãos recebidas quero muito agradecer pelo dom da vida, pela saúde e felicidade de todos e de cada um dos meus afetos mais caros.
Nestas singelas trovas repetidas por violeiros e trovadores em tantos lugares, meu abraço especial e meu desejo sincero de que sempre tenhamos muito mel para doar! Boas Festas, FELIZ NATAL!
 
 
"A defesa é natural;
Cada qual para o que nasce;
Cada qual com a sua classe;
Seus estilos de agradar.
 
Um nasce para trabalhar;
Outro nasce para brigar;
Outro vive de intrigar;
E outro de negociar.

Outro vive de enganar;
O mundo só presta assim;
É um bom, outro ruim;
E eu não tenho jeito para dar.

Para acabar de completar;
Quem tem o mel, dá o mel;
Quem tem o fel, dá o fel;
Quem nada tem, nada dá."



 Boas festas a todos e a cada um que, tão generosamente,
dedicou minutos de suas preciosas vidas a ler o que escrevo.
Que o amor e a esperança transbordem em cada coração!
Obrigada! Edna Lopes