A BOSTA DOS DINOSSAUROS

Meus dias andam passando por mim como brisa mansa. Tem uns que me irritam e outros que me acalmam até demais.

Penso muito no que faziam as pessoas antes da maior invenção de todos os tempos. Não, não se trata da penicilina ou outro medicamento qualquer, trata-se da nossa amada TV.

Como as pessoas sobreviveram tanto tempo sem ela?

Hoje temos o privilégio não só de ter a TV, mas de ter milhões de canais para nos distrair enquanto nada temos a fazer de importante.

Eu, aficcionada absoluta, sequer durmo com o aparelho desligado.

Assisto a qualquer programa, sou eclética ao máximo. Adoro novelas, reality show, e filmes então? Posso assistir dia e noite sem cansar.

Assisto reprise de novelas e filmes, e acho interessantíssimo.

Programas de auditório me divertem, e aqueles de perguntas então, acho o máximo. Acertando algumas perguntas e descobrindo o que ainda não sabia. Adoro!

Os jornais procuro ver de todos os canais, e fico comparando como as mesmas notícias são dadas de formas tão diferentes.

Estou em uma fase de transição, passando uns dias, já lá se vão meses, na casa de minha mãe. Escrevo alguma coisa, faço alguma comida, ranheto um pouco com ela, e assisto TV quase o tempo todo.

Estou especialista em zapear os canais.

Meu pai, que também era grande fã de TV, ao ficar velho e adoentado, quase já não saia de casa, então ficou mesmo viciado em TV. Seus programas prediletos eram os leilões de gado transmitidos pelos canais rurais, e onde ele via alguns conhecidos, fazia lances, e comprava alguns animais.

Fora estes programas (leilões) ele ficava zapeando os canais a procura de alguma coisa interessante. Um dia ele saiu do quarto muito bravo e disparou:

_ Puts, não aguento mais! Estava assistindo um programa científico, quando de repente percebi que era sobre a bosta dos dinossauros. Que que eu quero saber sobre bosta? Ainda mais a dos dinossauros!

Hoje, quando já não acho nada interessante, acabo me lembrando dele e procurando nos canais pra ver se me livro da bosta dos dinossauros.

Cinthya Fraga
Enviado por Cinthya Fraga em 26/12/2011
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