Calendário

Olho para o calendário e percebo que mais um ano vai se despedindo. E o tempo, mais uma vez nos dará mais doze meses, para executarmos tudo aquilo que planejamos e almejamos: teremos então, mais doze meses para emagrecer, doze meses para encontrar ou reconquistar o amor da nossa vida, doze meses para comprar o melhor carro da loja, doze meses para conseguir um ótimo emprego. Enfim, doze meses para conquistar os céus e o mundo.

É interessante como o nosso coração se torna mais reflexivo e sensível no fim de cada ano. Até para os mais desacreditados, a chegada de um novo ano parece reerguer alguns pilares de esperança e fé. É um novo ciclo, uma nova chance que temos para viver.

Os meses de 2011 passaram tão rápido aos nossos olhos – que algumas vezes temos a sensação de que todos os dias foram exatamente iguais. Mas será que isso é verdade? Será que o Sol e a chuva se apresentaram para nós sempre da mesma forma? Será que a nossa feição diante do espelho fora imutável durante os mais de trezentos dias de 2011? Reflita, meu querido leitor!

Olho mais uma vez para o calendário e penso nas angústias que tive, nas incertezas do coração, nos fracassos obtidos. Valorizo o fracasso, pois ele é a melhor escola que a vida nos oferece sem cobrar nada.

E assim seguimos, 2011 fica como mais um capítulo escrito em nossa vida. Estamos vivos! Logo mais, fogos de artifício irão pipocar no teto divino do mundo todo, com as taças erguidas transbordando champanhe, saudaremos a vinda de 2012 com a tradicional contagem regressiva.

Espero que cada dia do seu calendário, não importa o ano, seja visto como um novo momento de recomeçar. Os antigos sonhos que deixamos no cativeiro da nossa alma, por causa do exclusivo medo de errar. Bobagem! São nas imperfeições que aprendemos a modular as melhores esculturas da nossa existência.

O ano é novo, mas a vida também deve ser nova. Ignore as mágoas, os complexos, as dúvidas, os receios. Lembre-se: o tempo não para, o calendário continua com suas datas e semanas. O passado é irreversível. Façamos do presente o nosso melhor.

Pela última vez, olho para o calendário de 2011, que está sobre a minha escrivaninha. Observo os seus dias. Daqui a pouco, ele será substituído – a vida e suas substituições. No entanto, a única convicção que não pode ser substituída – é a crença de que a cada ano podemos fazer e ser a diferença, não apenas para nós mesmos, mas para todos aqueles que estão ao nosso redor.

Mayanna Davila Velame
Enviado por Mayanna Davila Velame em 26/12/2011
Código do texto: T3407855
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