No meu rádio é só fossa

Sem você se instala o caos. A seca nos campos férteis,a receita do bolo desanda, as epidemias se espalham.Os bebês nascem todos de sete meses,e as sete vidas dos gatos expiram.Os cortes das madames e de seus tecidos finos,a noite das damas, e a corte dos cavalheiros. A pontaria do atirador de facas e a tese do mestrado;A bússola ao leste

a bombordo de seu destino.

A túnica muçulmana despe e o trono dos reis é imundo,tudo desaba

dá errado desde o princípio.

Atentado terrorista, coriza nos narizes, plásticas disformes;Manchete policial não é capa da 'CARAS', o palhaço deixa o circo. Na floresta amazônica, nevasca. Bebo a água do Tietê e no meu rádio é só fossa. A malandragem do Bezerra vira curiosidade de Pinócchio, a Santa Ceia churrasco com pagode.

O Tio Patinhas fica pobre e a Marilyn feia.

Vaca amarela cagou na panela e a coisa fica preta.

Sem você é mesmo assim, só rindo pra não chorar a chorumela de desgosto que é não ter você pra mim.

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 10/01/2012
Código do texto: T3433338