Casamento Evangélico

No meio evangélico, nenhum assunto tem sido tão polêmico e tão mal compreendido quanto o divórcio. As opiniões são divergentes, contraditórias e carregadas de ranços emocionais, principalmente, quando há envolvimento pessoal ou familiar em casos de separação conjugal.

De um modo geral, segundo o IBGE, em 2007 para cada quatro casamentos, houve um divórcio. Desde 1.984, o número de divórcios cresceu 30%.

Por definição, casamento é o vínculo estabelecido entre duas pessoas, mediante o reconhecimento governamental, religioso ou social e que pressupõe uma relação interpessoal de intimidade, cuja representação arquetípica é a coabitação, embora possa ser visto por muitos como um contrato.

No caso de evangélicos de um modo geral, o casamento possui particularidades. Segundo a atual legislação brasileira e a legislação religiosa, o casamento pode ser realizado apenas entre homens e mulheres, ficando de fora casais homossexuais.

De acordo com a Bíblia, o casamento é algo instituído por Deus para que o ser homano não viva sozinho, mas que una-se o homem com a mulher e assim formem um só indivíduo e constituam família. Basicamente, casar-se é oficializar diante da sociedade e consequentemente diante de Deus a união sexual entre homem e mulher. Digo sexual porque dividir uma casa não se faz explicitamente com um marido ou esposa.

É também, obviamente uma união sob um mesmo teto. É uma sociedade financeira, e é aí muitas vezes que começam os problemas. Há esposas que não trabalham e dependem do marido para conseguir o que precisam. Existe também o contrário. Maridos que dependem das esposas para sobreviver. Conheci um casal (dentre muitos) que vivia um clima desagradável porque o marido tinha seu nome "sujo" e acabou sujando o da espora também e ela ocultava isso de seus familiares, por achar muito desagradável.

Como diferencial dos demais casais, o casal evangélico ou cristão costuma considerar Cristo como aliado essencial para seus casamentos durarem mais. Cristo é quem estrutura a vida a dois.

Como nas igrejas de um modo geral o sexo antes ou fora do casamento é considerado pecado, casar-se torna-se a única forma de jovens, cheios de energia poderem saciar seus desejos sexuais.

Considerando Cristo como o único responsável pela manutenção da união, alguns casam-se precipitadamente e muito jovens, desconsiderando fatores essenciais como moradia individual para o casal e condição financeira para manter a nova família.

Quando se fala em ser ou não um "casamento de Deus" ou "unido por Deus" sobrevêm algumas dúvidas.

Já vi pessoas se casarem, com menções honrosas a Deus como unidor responsável e que anos depois acabaram. Se era de Deus por que se separaram? Seriam eles cristãos infiéis? Talvez.

O Apóstolo Paulo fez menção a isso, quando em II Cor 6:14 falou à respeito de jugo desigual. É como uma balança desequilibrada, com pesos muito diferentes, aquele casal onde um é cristão e o outro não é.

Tem também os casos em que ambos são cristãos, mas tem condutas diferentes, ou seja, um é mais dedicado à religião do que o outro, ou pertencentes a igrejas evangélicas muito diferentes.

Mas também isso é apenas uma teoria com alguns fundamentos, não chegando a ser uma regra. As vezes, diferenças acabam por ser fatores essenciais em um casal.

No filme brasileiro "O casamento de Romeu e Julieta", como Luana Piovani, a principal diferença entre o par romântico estava ligado ao time do coração de cada um, criando um clima estranho envolvendo as famílias.

Eu mesmo tenho dois amigos que são uma bela exceção. Ele é presbítero evangélico e a esposa católica praticante e ambos convivem muito bem, inclusive na fé. Há um grande respeito e companheirismo.

Uma das principais características vistas na Bíblia e a expressão de liberdade dada por Deus aos homens para estes escolherem seus caminhos, o famoso livre arbítrio, resguardando suas possíveis consequencias, quando o homem age contra a sociedade e a religião.

Ao meu ver, acreditar em Deus não é uma vacina contra os males do casamento. Na verdade é uma forma de tornar um possível caminho tortuoso possível de ser percorrido.

Negar as adversidades da vida é loucura. Estar com o Deus não significar não passar por dores, perdas, danos, etc. O sofrimento é característico do ser humano.

Deus fez o ser humano como matéria física, e desse modo precisamos igualmente de matéria para sobreviver. As coisas físicas fazem parte de nós.

E por fim, quero te desejar a todos os novos casais votos de felicidades. Que haja compreensão, respeito, paciência, tolerância, cumplicidade e muito amor verdadeiro. Que ambos valorizem um ao outro e tenham plena ciência do que significa estar casado. Que Deus multiplique a felicidade por todo sempre.

Abraço fraternal a todos.

Paulo Farias
Enviado por Paulo Farias em 16/01/2012
Código do texto: T3443454
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