Todo dia é dia de índio em Manaus

Estilo de vida tão nosso! A farinha uarini que comemos. Quem não gosta?A rede que usamos nas nossas sestas ou quando viajamos de barco. A tapioca, que delícia! Comemos no café da manhã; normalmente amanteigada. Algumas pessoas preferem-nas com côco ralado ou com tucumã. Ah, bem regionalista! O tucupi, tacacá, caruru etc. Os peixes nem é bom falar! Cada um melhor que o outro: Tambaqui, jaraqui, pacu, bodó, cuiucuiu etc. Quantas maravilhas comestíveis! Somos privilegiados por natureza. Um dos transportes mais utilizados pelos ribeirinhos, e até mesmo pelo próprio manauense, é a canoa. Vai e vem em todas as direções, rio acima, rio abaixo. A pesca ainda é feita pela população da mata. Os bois Garantido e Caprichoso são elementos folclóricos na área artístico-cultural; mistura de valores e crenças do caboclo. Convivemos com o mundo fantástico da raça indígena que, felizmente, não morreu em suas origens. Seja cantando uma toada de boi ou tomando banho de igarapé, é riquíssima essa cultura. Não podemos fechar os olhos e deixarmos de reconhecer a força étnica desse povo em nossa vida. Refletir, também, o quanto essa gente foi massacrada, mas que não se deixou sucumbir nos reveses de anos a fio de exterminação. Deu verdadeira lição de vida às pessoas civilizadas. Demos a César o que é de César. Não podemos conviver com o peso desse pecado! Precisamos devolver a auto-estima dessas criaturas espoliadas; resgatar, assim, suas dignidades, pois somente dessa forma, redimiremos nossas almas de tal crueldade do passado.

Lourdes Limeira
Enviado por Lourdes Limeira em 19/01/2012
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3450355