Livros são Deuses

Livros são demais , não?! É evidente que sim. Todos nós temos amigos que são cheios de histórias, causos e conselhos. Bem como os nossos benditos livros, ora, pois. Além de serem cheinhos de histórias, são cheios de carinho, palavras de sabedoria, amor, alguns também de odio e melancolias, mas, mesmo esses, são também grandes amigos... Uma vez que podem não apenas nos ouvir, mas também falar, gritar e aconselhar uma alma que pede socorro. Essa parte ficou pesada. Vamos à prática! Me pego, por exemplo, num dia desses que discuti com um outro amigo que tenho e não vejo muito – “Marques de Sade” é o seu nome – logo, sem demora, vem um dos meus melhores e mais velhos amigos e diz: “muito barulho por nada”, Shakespeare sempre tem ótimos conselhos, nos conhecemos desde que eu tinha 16 anos, veja bem. Um conselho simples e bom - que veio de manso, do nada, - mas foi assaz importante para o entrevero que eu me encontrava.

Outra coisa interessante desses amigos é que às vezes eles falam com letras grandes e garrafais o que a gente não sabe e precisa urgentemente ouvir: “Don`t Panic”, “O que fizemos de nós”, “Numa Fria”, mas se a gente não responder, não quiser papo, eles respeitam. Como só os bons amigos fazem... Como se não bastasse dão ótimos conselhos, vez por outra. Outro dia estava eu sem saber “o quê” falar pra um amigo de uma escolha que ele havia feito. O detalhe é que tal decisão iria, certamente, afetar toda a sua vida. Olhei prum lado, prum outro, meio sem reação quando Douglas Adams gritou de cima da prateleira: “Praticamente Inofensiva!”. Dito e feito. Sábio conselho, hoje o amigo trabalha como um bem sucedido “Gigolô das Palavras”.

A coisa não para por aí não! Esse material aparentemente sem vida e orgânico também pisa na bola, confesso. Acredite fazem até intriguinha, fofoca e tal. Certo dia ouvi Shakespeare e Julio Verne proseando, diziam eles que “Antônio e Cleópatra” dariam a “volta ao mundo em 80 dias”. Hoje mesmo, caro leitor, estava eu me aprontando pra escrever esta crônica e ouvi do Luis Fernando Veríssimo: “Banquete dos Deuses”, hein?! Pois é, mais uma vez ele estava certo - livros são deuses, só que encadernados.