Cachorro nunca mais.

-Cachorro nunca mais.

Fui enfático, quase definitivo quando a Chris me pediu um substituto para o Tob, que causou enorme comoção na família quando ao envelhecer teve muitas das doenças próprias da idade, como catarata, artrite, artrose.

Certa vez parou de andar,e não satisfeito busquei todos os recursos possíveis existentes e bravamente encarei o desafio de colocar "aquele cãozinho de pé novamente".

Ortopedista que sou, acostumado com medicamentos para artrose, mandei manipular na dose adequada ao seu peso ,um repositor de cartilagem, assim tratei com cuidado hidratando, alimentando e medicando na boca o enfraquecido Tob, deixando outros compromissos para com zelo aumentar a qualidade de vida do "velhinho", contudo a dedicação não foi em vão, pois contrariando todos os prognósticos, após alguns dias, estava o Tob novamente com saúde e podem acreditar, andando pela casa.

Assim foi durante alguns meses a sobrevida do animalzinho, como mencionado, já estava com a idade avançada,parando de andar novamente,após alguns meses de muita energia, quando desta vez solicitei parecer de um veterinário que ao examiná-lo deu o terrível veredito: Vamos ter que sacrificá-lo.

Não satisfeito com o dito, fizemos uma reunião de família, pois afinal era a vida do Tob, considerado um membro da mesma, chegamos a conclusão que deveríamos ouvir uma segunda opinião e assim levamos a uma clínica vererinária quando outro profissional ao avaliar a frágil criatura, observando o apego de todos, disse:

-Ele não vai sei recuperar, o sacrifício é a única solução.

Foi um lamento geral e na tentativa de melhorar a situação, ao ver tamanho abalo causado pelo diagnóstico e sentença final o mesmo ainda emendou:

-Não fiquem tristes, o Tob vai para o céu, brincar com os amiguinhos, que partiram desta para uma melhor...

Confesso que me senti como se estivesse sendo tratado tal criança, mas toda família apesar de entender a gravidade do caso, ficou ainda mais abatida.

Ainda guardo o último olhar daquele que marcou muito em nossas vidas.

Agora antes de escrever este texto, estava na sala de casa, rolando no chão e brincando com a "Bele", nossa nova companheira, que obviamente nos alegra muito com suas peripécias, mas sem nunca deixar de lembrar do nosso saudoso Tob.