A CHEGADA DOS AMIGOS

Era uma manhã de sol do mês de fevereiro de 2012. Este ano o inverno no norte do Piauí começou atrasado. Em tempo regular começa a chover entre dezembro e janeiro no norte e centro e se estende até o mês de abril. Já no sul as chuvas começam a partir de novembro em decorrência de frentes frias provenientes das latitudes altas do hemisfério sul (Nobre, 1994) que se prolongam até março.

Esta época do ano fica quente no litoral piauiense. Os ventos dos 66 km do litoral se escondem para dar lugar às chuvas. Até que é gostoso aprecia-la caindo do céu, se não fosse a meladeira que fica nas ruas, águas empossadas nos calçamentos mal feitos ou nos asfaltos ondulados. Se não fosse isso ela seria ainda mais bem vinda. As plantas ficam alegres e verdinhas, é bom para a grama, para os legumes. Pena que enquanto a chuva se prepara para cair o tempo abafa e as moscas aparecem fazendo a festa. Mas como “depois da tempestade vem a bonança”, logo que a chuva cai, o tempo esfria e elas vão pousar em outras freguesias.

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Pois bem, foi numa manhã destas de fevereiro, que fui receber meus quatro amigos no Terminal Rodoviário Septimus Clark que fica na Rua Pinheiro Machado – Parnaíba /Piauí. Eles vieram de avião até Teresina, capital do Estado do Piauí e tiveram que percorrer 336 quilômetros de estrada da BR 343, para chegar a Princesa do Igaraçu, nome como é também chamada a cidade de Parnaíba. Interessante que temos um Aeroporto Internacional denominado Dr. João Silva Filho, que possui Pista: 2.500 m x 45m, Pátio das Aeronaves: 10.696 m² e Terminal de passageiros: 1.800 m², mesmo assim nenhuma linha áerea no exato momento tem pousado nessas pistas. O aeroporto de Parnaíba tem uma das maiores pistas de pouso e decolagem do Nordeste. É projetada para receber aeronaves de grande porte, tais como os aviões 767 que têm capacidade para transportar em média 300 pessoas, tem uma estrutura completa para receber voos comerciais vindos de todos os destinos. Em outubro de 2011 a empresa Gol, Linhas aéreas em entendimento com a Secretaria de Turismo do Piauí e empresas de turismo, discutiram a instalação de vôos regular para Parnaíba. Muitos meses passaram e ainda não foi concretizado esse grande sonho dos parnaibanos.

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Meus amigos, portanto, tiveram que fazer este percurso Teresina – Parnaíba em aproximadamente quatro horas de viagem. Pelo menos a rodovia é ótima. Asfalto bom e é bem sinalizada. Pena que a estrada não é duplicada como outras rodovias. Vieram observando a vegetação piauiense. Os lindos carnaubais que estendem ao longo da estrada. Os ipês amarelos que estão salpicados em todo o percurso. Tiveram também de se desviarem dos cabritos e bodes que saltitam no contorno da estrada. Isso sem falar dos jegues que ficam parados feitos estátuas atrapalhando o trajeto.

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Passaram pela cidade de Altos que faz parte da grande Teresina, depois por Campo Maior, terra dos carnaubais, com seu lindo e grande lago no contorno da BR 343 e famosa pela carne seca que ficam estendidas que nem roupa em varal nos pontos de venda. Em seguida vem Cocal de Telha e depois Capitão de Campos. Piripiri vem na sequencia, é a cidade do Açude Caldeirão que recebe a benção de Nossa Senhora dos Remédios, a Padroeira do local. A próxima cidade é denominada Brasileira que antecede Piracuruca que é afilhada de Nossa Senhora do Carmo, depois vem a cidade das bordadeiras já a 33 quilômetros de Parnaíba, o Buriti dos Lopes, especialista em ponto de cruz. Finalmente, meus amigos chegam a seu destino. Parnaíba de Nossa Senhora das Graças.

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Este texto é o primeiro capítulo do livro que estou escrevendo intitulado " O Quinto", vou transcrevendo a medida do possível para o recanto.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 25/02/2012
Reeditado em 18/04/2020
Código do texto: T3518591
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